08.05.2013 Views

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Foi durante este período que comecei a divisar minha própria<br />

abordagem da neuropsicologia das lesões cerebrais localizadas.<br />

Em 1939, mu<strong>de</strong>i-me para a Clínica Neurológica do<br />

Instituto <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Experimental, que mais tar<strong>de</strong> se tor<strong>na</strong>ria<br />

o Instituto Neurológico da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Ciências Médicas,<br />

para assumir o posto <strong>de</strong> diretor do laboratório <strong>de</strong><br />

Psicologia Experimental. Olhando para trás após todos estes<br />

anos, consi<strong>de</strong>ro esta mudança como um engano. Teria<br />

sido muito mais produtivo ter permanecido como membro<br />

da equipe do Instituto Neurológico Bour<strong>de</strong>nko, com seus<br />

trezentos leitos, e seus pacientes cujas lesões cerebrais localizadas<br />

haviam sido verificadas por operações ou postmortem.<br />

Mas quis o curso dos acontecimentos que esse<br />

erro fosse com o tempo corrigido, pois, agora, quando escrevo<br />

estas linhas, tenho novamente um laboratório no<br />

Bour<strong>de</strong>nko.<br />

O período compreendido entre 1937 e 1941 foi tomado<br />

por meus primeiros trabalhos sérios no campo da neuropsicologia.<br />

Logo percebi que para acumular os dados clínicos<br />

a<strong>de</strong>quados teria que rever o estilo básico <strong>de</strong> minha<br />

pesquisa. No trabalho experimental o acadêmico geralmente<br />

começa por escolher um problema específico. Constrói<br />

então uma hipótese e elabora métodos para testar sua hipótese.<br />

No trabalho clínico, diferentemente, o ponto <strong>de</strong><br />

partida não é um problema claramente <strong>de</strong>finido, mas sim<br />

um conjunto <strong>de</strong>sconhecido <strong>de</strong> problemas e recursos: o paciente.<br />

O investigador clínico começa fazendo observações<br />

cuidadosas do paciente, numa tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir os fatos<br />

cruciais. No começo, ele não po<strong>de</strong> ignorar <strong>na</strong>da. Mesmo<br />

os dados que à primeira vista parecem insignificantes<br />

po<strong>de</strong>m vir a ser essenciais. Num <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do momento,<br />

surge a vaga silhueta dos possíveis fatores importantes, e<br />

o clínico formula uma primeira hipótese acerca do problema.<br />

Mas ainda será cedo para ele dizer se os fatos que escolheu<br />

são importantes ou estranhos no caso. Só quando<br />

ele tiver encontrado um número suficiente <strong>de</strong> sintomas<br />

compatíveis, que juntos constituem uma "síndrome", terá<br />

ele o direito <strong>de</strong> crer que sua hipótese sobre o paciente estará<br />

provada ou rejeitada.<br />

De início, encontrei dificulda<strong>de</strong> para permutar a lógica<br />

da investigação experimental comum, que estava como<br />

que impressa em minha mente, por uma lógica do trabalho<br />

clínico. Demorou um certo tempo até que eu começasse a<br />

137

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!