Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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domi<strong>na</strong>dos pela idéia <strong>de</strong> que forças místicas controlavam<br />
os fenômenos <strong>na</strong>turais.<br />
Seus oponentes, como o psicólogo-etnógrafo britânico<br />
W. H. R. Rivers, propunham que o intelecto das culturas<br />
primitivas era idêntico ao das socieda<strong>de</strong>s tecnológicas. Rivers<br />
sugeriu que indivíduos vivendo em condições primitivas<br />
pensam <strong>de</strong> acordo com as mesmas leis lógicas empregadas<br />
por nós. A diferença básica <strong>de</strong> pensamento estaria<br />
em que eles classificariam os fatos do mundo exterior com<br />
base em categorias diferentes das utilizadas por nós.<br />
Vários psicólogos da Gestalt também aplicaram suas<br />
idéias à questão do pensamento "primitivo". Heinz Werner<br />
enfatizou as diferenças <strong>de</strong> pensamento que distinguem o<br />
adulto mo<strong>de</strong>rno do primitivo. Especulou acerca da "similarida<strong>de</strong><br />
estrutural" entre o pensamento <strong>de</strong> crianças, primitivos<br />
e adultos <strong>de</strong>ficientes. Viu o pensamento indiferenciado<br />
e "sincrético" como a característica da ativida<strong>de</strong> cognitiva<br />
<strong>de</strong>stes grupos. Outros psicólogos da Gestalt enfatizaram as<br />
proprieda<strong>de</strong>s da mente comuns a todas as culturas. Promoviam<br />
a idéia <strong>de</strong> que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos princípios da percepção<br />
e do pensamento, como "forma fechada" ou "boa forma",<br />
eram categorias universais da mente.<br />
Estas propostas, junto com muitos outras, eram <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> interesse para nós. Mas a discussão era conduzida<br />
sem o respaldo <strong>de</strong> quaisquer dados psicológicos apropriados.<br />
Os dados usados por Levy-Bruhl e por seus críticos<br />
sociológicos e antropológicos - <strong>na</strong> verda<strong>de</strong>, os únicos dados<br />
disponíveis para qualquer um <strong>na</strong>quele época - eram<br />
eventos anedóticos colhidos por exploradores e missionários<br />
que haviam mantido contato com povos exóticos no<br />
<strong>de</strong>correr <strong>de</strong> suas viagens. O trabalho <strong>de</strong> campo antropológico<br />
profissio<strong>na</strong>l vivia ainda sua infância, e <strong>de</strong>ssa maneira<br />
inexistiam dados apropriados <strong>de</strong> tipo observacio<strong>na</strong>l. Eram<br />
disponíveis ape<strong>na</strong>s alguns estudos, levados a termo no início<br />
do século por psicólogos trei<strong>na</strong>dos, acerca <strong>de</strong> processos<br />
sensoriais. Mas estes não estavam ligados aos tópicos em<br />
questão, relativos às funções cognitivas superiores e não<br />
elementares.<br />
A situação da psicologia teórica não era melhor. A velha<br />
divisão da psicologia nos ramos <strong>na</strong>tural (explicativo) e<br />
fenomenológico (<strong>de</strong>scritivo) havia privado os psicólogos <strong>de</strong><br />
uma estrutura unificante, <strong>de</strong>ntro da qual fosse possível o<br />
estudo dos efeitos da cultura no <strong>de</strong>senvolvimento do pensamento.<br />
A teoria <strong>de</strong> Vygotsky nos forneceu essa estrutu-<br />
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