Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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classificá-las? Estudamos a percepção e a classificação<br />
das cores em vários grupos <strong>de</strong> nossa população <strong>de</strong> sujeitos,<br />
e os resultados que obtivemos eram análogos aos obtidos<br />
no estudo da percepção das figuras geométricas.<br />
Pedimos a indivíduos <strong>de</strong> nossos grupos básicos que<br />
nomeassem e classificassem fios coloridos <strong>de</strong> lã. Sujeitos<br />
não-instruídos, mulheres em particular, e muitas das<br />
quais eram excelentes tecelãs, usaram muito poucos nomes<br />
<strong>de</strong> categorias <strong>de</strong> cores. Ao invés, rotularam as peças<br />
coloridas <strong>de</strong> lã pelos nomes dos objetos <strong>de</strong> seu ambiente<br />
que tinham a mesma cor. Por exemplo, chamaram vários<br />
tons <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> pelo nome <strong>de</strong> diferentes plantas: "a cor da<br />
grama <strong>na</strong> primavera", "a cor das amoreiras no verão", "a<br />
cor das ervilhas novas". Quando se pedia a esses sujeitos<br />
que agrupassem os fios <strong>de</strong> cor semelhante, muitos recusaram<br />
imediatamente, afirmando que cada fio era diferente.<br />
Outros os or<strong>de</strong><strong>na</strong>ram numa série contínua <strong>de</strong> cores, que<br />
crescia no matiz ou <strong>na</strong> saturação. Esse padrão <strong>de</strong> resposta<br />
particularizada e visualmente domi<strong>na</strong>da <strong>de</strong>sapareceu em<br />
nossos outros grupos experimentais, em cujas respostas<br />
prevaleciam os nomes <strong>de</strong> categorias <strong>de</strong> cores, e que prontamente<br />
agrupavam cores semelhantes.<br />
Nossa série seguinte <strong>de</strong> estudos enfocou a maneira<br />
pela qual os indivíduos categorizam e fazem generalizações<br />
acerca dos objetos <strong>de</strong> seu mundo cotidiano. A diferença <strong>de</strong><br />
um conjunto <strong>de</strong> fios <strong>de</strong> lã <strong>de</strong> cores diferentes, ou <strong>de</strong> figuras<br />
geométricas bidimensio<strong>na</strong>is, os objetos <strong>de</strong> nossa vida diária<br />
são raramente categorizados com base em algum tributo<br />
físico comum. Na verda<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m sê-lo <strong>de</strong> muitas maneiras,<br />
e era nessa varieda<strong>de</strong> que estávamos interessados.<br />
Com base <strong>na</strong> sua pesquisa em <strong>de</strong>senvolvimento, Vygotsky<br />
elaborou um conjunto <strong>de</strong> distinções entre os tipos<br />
<strong>de</strong> categorias que, constatou-se, as crianças utilizavam<br />
<strong>na</strong>s diferentes ida<strong>de</strong>s. Durante os primeiros estágios do<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da criança, as palavras não têm função<br />
organizadora da maneira que ela categoriza sua experiência.<br />
A criança peque<strong>na</strong> percebe cada objeto <strong>de</strong> maneira<br />
isolada, não possuindo princípios lógicos <strong>de</strong> agrupamento.<br />
No próximo estágio <strong>de</strong> categorização, a criança passa a<br />
comparar objetos com base num único atributo físico comum,<br />
como a forma, a cor ou o tamanho. Mas, fazendo essas<br />
comparações, a criança logo per<strong>de</strong> <strong>de</strong> vista o atributo<br />
origi<strong>na</strong>lmente escolhido para a classificação, e escolhe outro<br />
atributo. Como resultado, freqüentemente associa um<br />
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