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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

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produzem substituições mais localizadas, como P por B. A<br />

causa básica <strong>de</strong>sta dificulda<strong>de</strong> é que o cérebro não registra o<br />

feedback dos movimentos que produzem os articulemas, a<br />

ação articulatória per<strong>de</strong> sua seletivida<strong>de</strong> e o paciente não<br />

consegue mais assumir as posições corretas da língua e dos<br />

lábios.<br />

Outra forma da afasia motora está ligada ã organização<br />

serial dos movimentos necessários à pronúncia. Para o<br />

falar normal, é preciso que as ligações entre os articulemas<br />

sejam organizadas <strong>de</strong> forma a possibilitar transições<br />

suaves. Na nossa terminologia, a melodia cinética que liga<br />

as palavras <strong>de</strong>ve estar intacta. No entanto, quando há uma<br />

lesão das partes inferiores do córtex pré-motor das áreas<br />

da fala, os articulemas em si mesmos continuam intactos,<br />

mas o paciente não consegue realizar a transição <strong>de</strong> um<br />

articulema para o próximo. Esta "afasia motora cinética" é<br />

aquela a que Broca se referia em suas primeiras observações.<br />

A terceira forma clássica da afasia que comecei a estudar<br />

<strong>na</strong>quela época era chamada <strong>de</strong> "afasia semântica"<br />

ou "amnéstica", palavra <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> amnésia, "estado <strong>de</strong><br />

esquecimento". Supunha-se que a afasia amnéstica fosse<br />

uma forma especial <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m da fala, <strong>na</strong> qual inexistiriam<br />

as <strong>de</strong>ficiências sensoriais ou motoras, on<strong>de</strong> os pacientes<br />

encontram dificulda<strong>de</strong> <strong>na</strong> recordação dos nomes<br />

dos objetos. Alguns neurologistas da época viam esta <strong>de</strong>ficiência<br />

como efeito <strong>de</strong> distúrbios sensoriais que <strong>de</strong>struiriam<br />

supostos "traços sensoriais <strong>de</strong> palavras". Outros elaboraram<br />

hipóteses segundo as quais este distúrbio refletiria<br />

<strong>de</strong>ficiências num centro especial, que armaze<strong>na</strong>ria traços<br />

<strong>de</strong> linguagem. Outros ainda, que <strong>de</strong> maneira geral favoreciam<br />

a abordagem da "ação <strong>de</strong> massa" ao funcio<strong>na</strong>mento<br />

do cérebro, supunham que a afasia semântica era<br />

resultado <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terioração do pensamento categórico e<br />

da atitu<strong>de</strong> abstrata.<br />

Da mesma maneira como em relação às outras classes<br />

<strong>de</strong> afasia, éramos céticos quanto às hipóteses que encaravam<br />

todos os sintomas englobados sob a égi<strong>de</strong> <strong>de</strong> afasia<br />

semântica como um distúrbio único, que po<strong>de</strong>ria ser<br />

localizado numa área precisa. Antes <strong>de</strong> mais <strong>na</strong>da garantimos<br />

que não estávamos lidando com uma variação da afasia<br />

sensorial ou motora, pois os pacientes portadores <strong>de</strong><br />

um ou mais sintomas <strong>de</strong> afasia semântica raramente apresentavam<br />

si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> problemas <strong>na</strong> articulação dos sons ou<br />

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