Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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Escrevendo este ensaio, não pu<strong>de</strong> escapar da perspectiva<br />
e idas limitações da minha própria educação, e <strong>de</strong><br />
minhas próprias opiniões acerca da busca <strong>de</strong> uma psicologia<br />
científica mais po<strong>de</strong>rosa e huma<strong>na</strong>. Trei<strong>na</strong>do <strong>na</strong> tradição<br />
das teorias america<strong>na</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem dos anos 50,<br />
cheguei a Moscou sem suficiente preparo para enten<strong>de</strong>r o<br />
trabalho <strong>de</strong> um homem cujas idéias científicas, políticas e<br />
filosóficas constituíam uma visão do mundo coerente, e<br />
muito diferente <strong>de</strong> qualquer outra que eu já tivesse encontrado.<br />
Ainda que os estilos da teoria e da pesquisa psicológicas<br />
nos Estados Unidos tenham mudado consi<strong>de</strong>ravelmente<br />
nestes últimos vinte anos, ainda diferem da teoria e<br />
da pesquisa soviética em sua abrangência limitada e ênfase<br />
no pragmático.<br />
O vazio que separa os cientistas soviéticos da geração<br />
<strong>de</strong> Alexan<strong>de</strong>r Romanovich dos psicólogos americanos da<br />
minha geração não po<strong>de</strong> ser superado por uma mera ignorância<br />
<strong>de</strong> sua existência. Ao invés, o estudo correlativo <strong>de</strong><br />
nossas respectivas metas gerais, da história <strong>de</strong> nossas<br />
idéias e da estrutura <strong>de</strong> nossas teorias tem que ser feito<br />
atentando-se para as diferenças. Uma vez discernidas as<br />
dimensões e o contorno <strong>de</strong> nossas discordâncias, po<strong>de</strong>mos<br />
consi<strong>de</strong>rar uma tentativa racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> rapprochement. No<br />
presente estado embrionário <strong>de</strong> uma tal ativida<strong>de</strong>, no entanto,<br />
a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um relato completo e objetivo<br />
da vida e da obra <strong>de</strong> um psicólogo soviético, feito por um<br />
psicólogo americano, será tão evi<strong>de</strong>nte ao leitor quanto o é<br />
para mim.<br />
Perante estas dificulda<strong>de</strong>s, começo o relato por on<strong>de</strong><br />
ele começa para mim, com minha primeira visita a Moscou<br />
em 1962. Naquele outono, Sheila e eu, recém-graduados<br />
da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> India<strong>na</strong>, chegamos a Moscou, on<strong>de</strong> eu<br />
<strong>de</strong>veria me engajar por um ano numa pesquisa <strong>de</strong> pósdoutorado<br />
com Alexan<strong>de</strong>r Romanovich. Ele estava em sua<br />
dacha no dia em que chegamos, mas <strong>de</strong> maneira muito<br />
sensata mandou um estudante e um colega que fala inglês<br />
razoável para ajudar-nos a chegar <strong>na</strong> universida<strong>de</strong>. Na tar<strong>de</strong><br />
seguinte, os Luria nos ofereceram um chá em sua casa.<br />
Alexan<strong>de</strong>r Romanovich nos apresentou a La<strong>na</strong> Pimenov<strong>na</strong><br />
e nos levou à sala <strong>de</strong> estar, que também servia como quar<br />
to. Num inglês excelente, perguntou se falávamos russo.<br />
"Um pouco", admiti. E esta foi a última vez que falamos<br />
entre nós em inglês, ainda que meu domínio da língua<br />
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