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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

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nhecimentos <strong>de</strong> modo discursivo e lógico verbal. Tal mudança<br />

representaria a transição da consciência sensorial<br />

para a racio<strong>na</strong>l, um fenômeno que os clássicos do Marxismo<br />

enten<strong>de</strong>m como um dos mais importantes da história<br />

huma<strong>na</strong>.<br />

A presença <strong>de</strong> conceitos teóricos gerais, aos quais estão<br />

subordi<strong>na</strong>dos conceitos mais práticos, cria um sistema <strong>de</strong><br />

códigos lógicos. À medida que o pensamento teórico se <strong>de</strong>senvolve,<br />

o sistema vai ficando cada vez mais complexo.<br />

Além das palavras que adquirem uma estrutura conceituai<br />

complexa, e das frases, cuja estrutura lógica e gramatical as<br />

permitem funcio<strong>na</strong>rem como a base <strong>de</strong> julgamentos, este sistema<br />

também inclui certos "instrumentos" lógicos e verbais<br />

que possibilitam a realização das operações <strong>de</strong> <strong>de</strong>dução e inferência,<br />

sem a necessida<strong>de</strong> da experiência direta.<br />

Um esquema específico que surge no curso do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

cultural é o raciocínio silogístico, no qual um<br />

conjunto <strong>de</strong> julgamentos individuais dá origem a conclusões<br />

objetivamente necessárias. Duas frases, das quais a<br />

primeira proporcio<strong>na</strong> a proposição geral e a segunda uma<br />

proposição específica, constituem as premissas maior e<br />

menor do silogismo. Quando adultos instruídos ouvem as<br />

duas premissas <strong>de</strong> um silogismo, não as percebem como<br />

duas frases isoladas e justapostas. Na verda<strong>de</strong>, "ouvem" as<br />

premissas como uma relação lógica que implica uma conclusão.<br />

Por exemplo, posso dizer:<br />

"Metais preciosos não enferrujam.<br />

O ouro é um metal precioso".<br />

A conclusão "o ouro não enferruja" parece tão óbvia que<br />

muitos psicólogos estiveram incli<strong>na</strong>dos a encarar tal conclusão<br />

lógica como uma proprieda<strong>de</strong> básica da consciência huma<strong>na</strong>.<br />

Os fenomenologistas, ou a<strong>de</strong>ptos da escola <strong>de</strong> Wurzburg,<br />

falavam <strong>de</strong> "sentimentos lógicos", e sugeriam que esses<br />

sentimentos existiram por toda a história da humanida<strong>de</strong>.<br />

Piaget levantou dúvidas a respeito da ubiqüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tais<br />

"sentimentos lógicos", em seus estudos do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das operações intelectuais. Mas <strong>na</strong> época em que fizemos<br />

nossos estudos, ninguém havia se preocupado em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r<br />

se esses esquemas lógicos são ou não invariáveis nos diferentes<br />

estágios da histórias e do <strong>de</strong>senvolvimento sociais.<br />

Assim, pusemo-nos a estudar as respostas <strong>de</strong> nossos sujeitos<br />

a problemas <strong>de</strong> raciocínio silogístico.<br />

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