Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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tempo, com a difusão <strong>de</strong> seu uso no estrangeiro, passou a<br />
ser conhecida como "método <strong>de</strong> Hanfman-Kasanin", em<br />
home<strong>na</strong>gem aos dois investigadores que traduziram o trabalho<br />
<strong>de</strong> Vygotsky e aplicaram o método.<br />
Em 1929 nosso grupo passou a se <strong>de</strong>dicar a um estudo<br />
que se po<strong>de</strong>ria chamar ativida<strong>de</strong> "significante" precoce.<br />
Denominávamos assim a maneira pela qual as crianças se<br />
engajam <strong>na</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar significado aos estímulos que<br />
se lhes exige domi<strong>na</strong>r, criando assim suas próprias ativida<strong>de</strong>s<br />
instrumentais e mediadas. Desenvolvemos uma<br />
idéia que consistia em exigir das crianças que inventassem<br />
pictogramas, figuras <strong>de</strong> sua própria escolha, que as ajudassem<br />
a memorizar uma série <strong>de</strong> palavras abstratas.<br />
Num estágio muito precoce, as crianças são incapazes<br />
<strong>de</strong> produzir um estímulo pictórico que guie seu ato <strong>de</strong><br />
lembrar. Por exemplo: uma criança <strong>de</strong> quatro anos, a<br />
quem se havia pedido que <strong>de</strong>senhasse algo que a fizesse<br />
lembrar da frase "O professor está bravo", reagiu gargalhando<br />
e fazendo no papel um risco simples. Falava sobre<br />
a ativida<strong>de</strong> que estava realizando, mas sua fala e seus movimentos<br />
não eram guiados pela tarefa <strong>de</strong> "lembrar", e não<br />
apresentavam qualquer relação instrumental um com o<br />
outro. Esqueceu-se não só da frase, mas do propósito geral<br />
do trabalho.<br />
Observamos um início <strong>de</strong> produção útil em crianças<br />
ligeiramente mais velhas. As crianças <strong>de</strong>senhavam figuras<br />
que capturavam um elemento essencial da frase (um menino<br />
surdo foi representado por uma cabeça sem as orelhas),<br />
e as <strong>de</strong>scrições tinham um caráter muito interessante.<br />
Como Vygotsky assi<strong>na</strong>lou, essas crianças, tendo feito<br />
uma figura, dirigiriam-se ao experimentador (sem que se<br />
lhes pedisse) e formulariam, como que para um adulto,<br />
uma característica do estímulo. Para a frase "velha manhosa",<br />
por exemplo, uma criança <strong>de</strong>senhou uma senhora<br />
<strong>de</strong> olhos gran<strong>de</strong>s. Virando-se para o experimentador, falou:<br />
"Olhe como os olhos são gran<strong>de</strong>s". Quando trabalhamos<br />
com crianças um pouco mais velhas, constatamos<br />
que essa fala, com a função <strong>de</strong> "chamar a atenção", não<br />
era mais dirigida ao adulto. Ao invés, era interiorizada e<br />
usada pela criança para guiar sua própria produção.<br />
Os estudos individuais que levamos a termo <strong>na</strong>quela<br />
época, dos quais mencionei alguns, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados<br />
ba<strong>na</strong>is em si mesmos. Hoje, seriam consi<strong>de</strong>rados por<br />
nós <strong>na</strong>da além <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> estudantes. E isso eles eram,<br />
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