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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

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os pacientes portadores <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> lesão só são capazes<br />

<strong>de</strong> apresentar um comportamento passivo, reativo. O fluxo<br />

ativo <strong>de</strong> seus processos psicológicos complexos está afetado.<br />

A experiência nos mostrou que a reorganização <strong>de</strong><br />

pensamento nestes casos é possível até certo ponto. Para<br />

consegui-la, tínhamos que substituir a síntese inter<strong>na</strong> dos<br />

processos psicológicos por uma regulação <strong>de</strong>stes processos<br />

que <strong>de</strong>pendia inicialmente da interação com uma outra<br />

pessoa. Dizendo a mesma coisa <strong>de</strong> outra maneira, tentávamos<br />

superar as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pensamento ativo através<br />

do uso <strong>de</strong> estímulos externos à organização e ativação do<br />

pensamento. Por exemplo, constatamos ser característico<br />

<strong>de</strong>stes distúrbios que o paciente só conseguisse contar<br />

uma estória <strong>de</strong> maneira fluente através da ajuda com<br />

questões consecutivas. Por vezes estas questões consistiam<br />

em pouco mais que "E então?", ou "O que aconteceu<br />

<strong>de</strong>pois disto?". Essas perguntas transformavam a fala <strong>na</strong>rrativa<br />

do paciente num diálogo, substituindo sua linha <strong>de</strong><br />

pensamento por uma série <strong>de</strong> reações sucessivas. Estas<br />

reações são elos que permitem ao paciente transmitir seus<br />

pensamentos <strong>de</strong> maneira conexa. Esta <strong>de</strong>scoberta nos<br />

mostrou que os portadores <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> lesão frontal mantinham<br />

o conteúdo <strong>de</strong> seu pensamento, e que suas dificulda<strong>de</strong>s<br />

residiam <strong>na</strong> dinâmica <strong>de</strong>sse processo.<br />

A terapia exigia que utilizássemos as capacida<strong>de</strong>s que<br />

o paciente tinha, e que <strong>de</strong>scobríssemos uma maneira <strong>de</strong><br />

compensar os elos que faltavam a seu pensamento. Como<br />

nossas observações haviam <strong>de</strong>monstrado que o pensamento<br />

do paciente fluía <strong>de</strong> forma mais ativa quando ele falava<br />

com outra pessoa, sugerimos que imagi<strong>na</strong>sse estar falando<br />

com uma pessoa que lhe fazia perguntas. Estaria então<br />

conduzindo sua fala como um diálogo interno com um interlocutor<br />

imaginário. Este esquema às vezes funcio<strong>na</strong>va,<br />

mas nem sempre era suficiente. Era mais eficiente darmos<br />

ao paciente uma série <strong>de</strong> signos auxiliares, que serviriam<br />

como elementos externos <strong>de</strong> auxílio para a organização <strong>de</strong><br />

sua <strong>na</strong>rrativa. Quando instituíamos esta prática, o comportamento<br />

do paciente se comparava ao <strong>de</strong> um mnemonista<br />

hábil, que é capaz <strong>de</strong> lembrar-se <strong>de</strong> uma longa série<br />

<strong>de</strong> palavras com a ajuda <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> estímulos auxiliares,<br />

internos e autogerados, a não ser pelo fato <strong>de</strong> que o<br />

paciente <strong>de</strong>pendia <strong>de</strong> estímulos externos que lhe eram fornecidos.<br />

Começamos pedindo ao paciente que lesse algo e<br />

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