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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

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<strong>na</strong>ndo predomi<strong>na</strong>ntes, e as mulheres da escola normal utilizaram<br />

esses nomes <strong>de</strong> forma exclusiva.<br />

Essa diferença <strong>de</strong> nomeação era acompanhada por<br />

uma nítida diferença <strong>de</strong> classificação das figuras em grupos<br />

"iguais" ou "semelhantes". Para os camponeses mais<br />

tradicio<strong>na</strong>is, a semelhança concreta era o modo <strong>de</strong> agrupamento<br />

domi<strong>na</strong>nte. Assim, e eram consi<strong>de</strong>rados<br />

semelhantes por "serem ambos armações <strong>de</strong> janela"; e<br />

eram ambos relógios, mas , e não apresentavam<br />

qualquer semelhança.<br />

Interessamo-nos particularmente pelo fato <strong>de</strong> nossos<br />

sujeitos rejeitarem nossas sugestões que pares como e<br />

eram semelhantes. Essas figuras se assemelhavam muito<br />

aos estímulos utilizados por nossos colegas da Gestalt<br />

para <strong>de</strong>monstrar o que consi<strong>de</strong>ravam ser leis universais da<br />

percepção. Em seus experimentos, que via <strong>de</strong> regra utilizavam<br />

sujeitos instruídos, concluíram que tais figuras eram<br />

normalmente colocadas no mesmo grupo por serem ambas<br />

"representativas" da classe abstrata dos círculos. Seus sujeitos<br />

ignoravam as características "individuais" <strong>de</strong> cada<br />

uma das figuras, isolavam a característica domi<strong>na</strong>nte, <strong>de</strong><br />

"classe geométrica", e <strong>de</strong>cidiam a partir daí. Mas quando<br />

perguntamos aos camponeses tradicio<strong>na</strong>is se tais figuras<br />

se assemelhavam, recebemos como resposta um não. Eles<br />

perceberam as figuras como semelhantes a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos<br />

objetos <strong>de</strong> seu ambiente, e as classificaram <strong>de</strong> acordo com<br />

essa percepção. "Não po<strong>de</strong>m ser semelhantes", disse um<br />

camponês, "porque a primeira é uma moeda e a segunda<br />

uma lua". Na verda<strong>de</strong>, sujeitos ligeiramente mais instruídos<br />

classificaram esses estímulos com base em sua configuração<br />

geral, mas não podíamos mais atribuir este modo<br />

<strong>de</strong> classificação a qualquer "lei universal da percepção".<br />

Este tipo <strong>de</strong> percepção por categorias reflete uma forma <strong>de</strong><br />

classificação <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong>senvolvida e transmitida historicamente.<br />

Sujeitos mais instruídos po<strong>de</strong>m classificar esses<br />

estímulos com base numa única proprieda<strong>de</strong> "i<strong>de</strong>al", mas<br />

isso não é um produto <strong>na</strong>tural e inevitável da mente huma<strong>na</strong>.<br />

O homem percebe três milhões <strong>de</strong> to<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cor<br />

diferentes, mas só existem <strong>de</strong> <strong>de</strong>zesseis a vinte nomes <strong>de</strong><br />

cores. Significará isto que a percepção e a classificação dos<br />

matizes varia com os nomes das diferentes cores? Ou, será<br />

que a linguagem e as atitu<strong>de</strong>s práticas ligadas às diferentes<br />

cores evocam diferentes maneiras <strong>de</strong> percebê-las e<br />

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