Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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"bata duas vezes" - a pessoa conseguia tamborilar por algum<br />
tempo.<br />
Perguntamo-nos sobre o que aconteceria se um paciente<br />
produzisse seus próprios si<strong>na</strong>is, que servissem<br />
como estímulo para suas ações. Escolhemos o piscar como<br />
um si<strong>na</strong>l, porque este era um sistema físico que parecia<br />
menos afetado pela doença que o andar ou os movimentos<br />
da mão. Pedíamos a cada paciente que piscasse e <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> cada pisca<strong>de</strong>la apertasse um bulbo <strong>de</strong> borracha, que<br />
gravava seus movimentos. Descobrimos que as pisca<strong>de</strong>las<br />
eram um esquema confiável <strong>de</strong> auto-regulação. Pacientes<br />
que não conseguiam manter uma seqüência <strong>de</strong> movimentos<br />
<strong>de</strong> apertar em condições normais, eram capazes <strong>de</strong> piscar,<br />
obe<strong>de</strong>cendo a um comando, e <strong>de</strong> apertar um bulbo <strong>de</strong><br />
borracha em resposta a sua pisca<strong>de</strong>la.<br />
Nossa série fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> experimentos com os portadores<br />
da doença <strong>de</strong> Parkinson utilizava a fala do próprio paciente<br />
para regular seu comportamento. Nossas primeiras tentativas<br />
falharam. Os pacientes ouviam as instruções verbais<br />
e começavam a apertar, mas a hipertonia muscular e<br />
os tremores concomitantes apareciam quase imediatamente,<br />
impedindo-os <strong>de</strong> completar a tarefa.<br />
Constatamos que <strong>de</strong>víamos tentar organizar o ato motor<br />
do paciente parkinsoniano <strong>de</strong> modo que o estímulo <strong>de</strong>cisivo<br />
viesse <strong>de</strong> seus processos corticais superiores. Atingimos<br />
esse objetivo, fazendo com que as reações motoras<br />
dos pacientes fossem produzidas como resultado <strong>de</strong> um<br />
problema intelectual resolvido mentalmente por eles. Pedimos<br />
a pacientes que <strong>de</strong>ssem sua resposta a uma série <strong>de</strong><br />
questões, tamborilando as soluções. As questões eram do<br />
seguinte tipo: "Quantos ângulos tem um quadrado?";<br />
Quantas pontas têm as estrelas vermelhas do Kremlin?";<br />
Quantas rodas tem um carro?".<br />
Constatamos que, apesar da permanência das limitações<br />
impostas pela hipertonicida<strong>de</strong> muscular, a estrutura<br />
do ato motor do paciente mudava. Quando havíamos instruído<br />
o paciente a "apertar cinco vezes", seus primeiros<br />
movimentos eram fortes, mas os subseqüentes diminuíam<br />
em intensida<strong>de</strong>, e os tremores e a hipertonia muscular<br />
logo passavam a predomi<strong>na</strong>r. Mas quando o paciente assi<strong>na</strong>lava<br />
através dos movimentos sua resposta a um problema<br />
mental, não apresentava si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> exaustão.<br />
Estes primeiros estudos-piloto foram muito encorajadores,<br />
mas também nos <strong>de</strong>ram mostras <strong>de</strong> quanto ainda<br />
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