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IMPA 50 Anos

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ENTREVISTAELON LAGES LIMAPrimeiros anosEmbora seja alagoano, o senhor iniciou os estudos universitários em Fortaleza. Conte-nos um pouco de sua trajetóriaaté chegar ao Rio de Janeiro.Nasci em Maceió em 1929. Meu pai, Manuel Albuquerque Lima, era comerciante; tinha uma merceariaque vendia de tudo: de pão a aparelho de barba, de vinho a banana. Passei a infância na cidade,onde não existia curso superior, com exceção da Faculdade de Direito, carreira que eu não queria seguir.Resolvi entrar para o Exército e fiz concurso para a Escola Preparatória de Cadetes de Fortaleza.Cheguei àquela cidade com 16 anos e fiquei apenas um ano na Escola, porque não me dei bem; tive umdesentendimento com o comandante da companhia em que eu estava, um major, professor de Física;ele dizia umas bobagens e eu, ingenuamente, corrigia seus erros na aula. Ele não gostou e, na primeiraoportunidade, decidiu que eu deveria deixar a Escola. Não fui expulso, tanto que recebi o certificado dereservista, mas tive que sair. Como precisava de emprego, comecei a lecionar no Ginásio Farias Brito,cujo proprietário e diretor tinha sido meu professor na Escola Preparatória de Cadetes, Ari de Sá Cavalcante.Ele me recebeu de braços abertos, embora eu não tivesse ainda concluído o segundo grau.E comecei a dar aula no curso de admissão; dois meses depois, já estava dando aula de Matemática,Ciências, Geografia, Português etc. Logo em seguida, o professor de Matemática fez concurso para oBanco do Brasil, e vagaram-se todas as suas turmas; com isso, o diretor me convidou para dar as aulasde Matemática no ginásio. De repente, vi-me dando aula das 7:00h às 17:00h; foi assim que decidiestudar Matemática.O senhor gostava de Matemática, pelo menos?Sim, sempre tive uma queda. Em Maceió, tive um excelente professor no Colégio Batista Alagoano: Beneditode Morais. Fui seu aluno durante quatro anos, que marcaram decisivamente minha vocação. Eleera realmente uma personalidade; autodidata, acho que não passou do ginásio, mas era um homem inteligentíssimo.O prof. Benedito sempre foi uma espécie de modelo. Nunca foi um grande matemático,91

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