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IMPA 50 Anos

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Computação Gráfica da Coppe. A Computação Gráfica do Rio está muito bem representada no cenárionacional e internacional.Sua contribuição acadêmica restringiu-se à área de Computação Gráfica?Do ponto de vista estritamente acadêmico, publiquei alguns trabalhos na área de Geometria Diferencialrelacionados ao tema de minha tese de doutorado. Porém fora do contexto científico, tive várias outrascontribuições. Ainda no <strong>IMPA</strong>, participei ativamente da implementação da Internet no Brasil comoparte do grupo que criou a Rede Nacional de Pesquisa. Por esse motivo até hoje a coordenação daRede Nacional de Pesquisa no Rio fica no <strong>IMPA</strong>. Foi por minha influência que a Rede Rio nasceu comouma rede TCP/IP logo no primeiro momento, porque a proposta inicial era criar uma rede bitnet, umatecnologia que já estava obsoleta nos Estados Unidos. Fiz diversas reuniões para convencer a diretoriada FAPERJ de que o certo seria investir numa rede TCP/IP, o protocolo da Internet. Isso porque o gruporesponsável pelo projeto da rede, embora extremamente competente, era muito acadêmico. Naquelaépoca, estava-se discutindo os protocolos-padrão, e o pessoal queria esperar primeiro esta definição,para depois optar por um protocolo; era uma idéia muito acadêmica de fazer a coisa usando os passoscorretos. O que importa nos negócios são os padrões de fato, e não os padrões de direito, aprendiisso logo cedo. O TCP/IP era o padrão de fato, devido ao sucesso da Internet — ainda acadêmica —nos Estados Unidos. Hoje tudo isso parece muito óbvio. Devido exatamente à minha visão, à minhaconvivência com o TCP/IP nos Estados Unidos e na Rede Globo, onde em 1985 havíamos implementadouma Intranet toda baseada em Unix e TCP/IP, eu disse: “Isso é loucura, está errado, é uma idéia muitoacadêmica!” Tive diversas reuniões com o Diretor Superintendente da FAPERJ na época: “Isso é umerro, bitnet é uma tecnologia atrasada, temos que ousar.” Conseguimos transformar a Rede Rio numarede Internet. Pouca gente conhece essa história. Talvez poucos dos que participaram dessa discussãoa confirmem; afinal, o que um matemático tinha a ver com a definição do protocolo mais adequadopara uma rede de computadores? Deve-se observar que o <strong>IMPA</strong> estava entre as quatro instituições queconstituíam a Rede Rio no início: UFRJ, LNCC, PUC-Rio e <strong>IMPA</strong>. Muita gente não entendia por que oInstituto era parte da Rede. Foi como um troféu que conquistei para o Instituto. Isto mostra que minhaexperiência na Globo foi muito importante também para o próprio <strong>IMPA</strong>. Toda a sua infra-estrutura decomputação, os laboratórios, e em particular o Laboratório Visgraf, têm a minha marca. Com a evoluçãoda tecnologia, certamente a infra-estrutura muda, porém a “impressão digital” no setor de Computaçãodo <strong>IMPA</strong>, toda a política, a implementação dessa política é realmente minha. Participei ativamente noplanejamento e na execução. Contei com o apoio, quase que incondicional, de três diretores: Lindolphode Carvalho Dias, Elon Lages Lima e Jacob Palis.Por que o senhor saiu do <strong>IMPA</strong> em 1999 e foi trabalhar num banco de investimentos?Olhando minha trajetória, pode-se ver que sempre fui uma pessoa muito empreendedora. Mesmo comopesquisador do <strong>IMPA</strong>, criei duas empresas. A primeira, um bureau de editoração eletrônica, o primeiro162

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