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IMPA 50 Anos

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No segundo ou terceiro ano, fiz um seminário no Evans Hall, de economia matemática. E Debreu estavanesse seminário. Fiquei tão entusiasmado, que cheguei a pensar em fazer dois doutorados, mas aUniversidade não permitiu, porque não gostava de incentivar o duplo doutorado. Em virtude daquelesseminários, comecei a escrever um artigo com Mas-Colell sobre Equilíbrio Geral, por influência doDebreu. Depois escrevi outro artigo sozinho, paralelamente à minha tese de doutorado, como se fosseuma segunda tese. Fiquei um pouco dividido. Mas não era uma coisa só diletante o que eu fazia nessescursos de economia; na verdade, passou a fazer parte da minha pesquisa.Quando o senhor obteve o título de doutor?Em 1974. Como queria ficar mais tempo em Berkeley, porque gostava realmente de lá, comecei a fazerpós-doutorado e dar aulas como professor-visitante no Departamento de Estatística. O Debreu e oKenneth Arrow conseguiram para mim uma bolsa de pós-doutorado da National Science Foundation.Em 1976, escrevi um artigo com o Scheinkman, que ia a Berkeley no verão, devido à atividade organizadapelo Debreu. Eu tinha iniciado uma pesquisa independentemente de aplicação à economia e,como ele também tinha um interesse meio parecido, desenvolvemos o assunto e escrevemos um artigo.Com este artigo, “Smootheness, Comparative Dynamics and Turnpike Theorem”, vocês dois ficaram conhecidosinternacionalmente. O senhor poderia estender-se um pouco sobre ele?Foi um artigo muito bem recebido. Era uma teoria iniciada por Von Neumann, depois por Paul Samuelson,a Teoria do Crescimento Econômico Ótimo. Berkeley é uma cidade fantástica, com muita vidaintelectual e uma clima bastante prazeroso. Scheinkman ia para lá no verão, e conversávamos muito,retomando nossa amizade da época do <strong>IMPA</strong>. Começamos a trabalhar nesse problema e a obter algunsresultados. Em seguida, Scheinkman me convidou para passar um tempo em Chicago com ele, paraterminarmos o artigo; passei dois anos em Chicago, 1978 e 1979, no Departamento de Economia daUniversidade.Sua estada em Berkeley pode ser considerada uma transição?Ah, sim. Terminei de escrever aquele livro sobre Probabilidade e fui a alguns seminários na Rússia,onde conheci Kolmogorov, que tinha uma ligação muito forte com Probabilidade. Era um assunto queme dava muito prazer, mas meu caminho de volta à economia estava traçado. Quando estava paravoltar para o Brasil, pensei: “Não vou sobreviver cientificamente em duas áreas, é impossível; tenhoque escolher uma só.” Eu achava que economia tinha uma interface com a realidade e tinha um desejomuito grande de fazer vida científica associada a algo relevante e diretamente aplicado.O senhor chegou a vir a Brasil durante esse período?Em 1978 dei um curso no <strong>IMPA</strong>, junto com Scheinkman; naquela ocasião, ambos pensamos na possibilidadede voltar para o Brasil. Ainda passei o ano de 79 em Chicago, mas já com a intenção de voltar,porque gostei muito do período que fiquei aqui, no segundo semestre de 78.8

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