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IMPA 50 Anos

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Professor visitante no <strong>IMPA</strong> e na EPGEDurante esse tempo em que esteve em Chicago o senhor continuou ligado à teoria econômica?Continuei. Nos Estados Unidos, a maneira mais rápida de fazer carreira é dedicar-se a um assunto e ase tornar um dos melhores da sua geração naquele assunto. Assim, cheguei em Chicago em 73 e, quatroanos depois, ganhei uma posição vitalícia, tenure, como eles chamam. Nesses quatro anos trabalhei comafinco para ganhar uma reputação em teoria econômica. Lembro de um conselho que recebi de umgrande amigo, um professor meu com quem escrevi um dos meus primeiros artigos, Ron Jones. Logoque recebi a proposta de Chicago, ele me disse: “Não quero que você fique chateado, mas ninguém vaipara Chicago como professor assistente e se torna professor titular.” A última vez que tinha acontecidoisso tinha sido no início dos anos 60. Ele continuou: “Você tem que se preparar. Chegue em Chicago, façao melhor que puder, que terá emprego numa boa universidade.” A idéia é de que não existia promoçãoem Chicago; seus professores titulares eram pessoas que tinham se destacado em outras universidades.Como eu planejava voltar para o Brasil, isto pouco me importava.A partir de certo momento, o senhor começa a se interessar por econometria, além de teoria econômica?Realmente, até certo ponto, meu currículo é quase todo em teoria econômica. Mais tarde, fui me interessandopor vários outros assuntos. A teoria econômica que eu fazia é bastante ligada à matemática.Depois, comecei a trabalhar em questões mais aplicadas, como finanças, econometria, organização industrial,comportamento social.O senhor voltou a dar aulas no Brasil, mesmo temporariamente?Como contei a vocês, em 1977 consegui em Chicago uma posição vitalícia. Tirei então uma licença paratestar a volta para o Brasil. Nesta época, faleceu o pai de minha mulher, e ela ficou com saudades dafamília. Viemos em setembro de 78 para passar um ano, mas acabamos ficando até dezembro de 79,porque no meio-tempo nasceu nosso filho. Decidimos que seria mais tranqüilo para ela ter o filho noBrasil e depois ficar um pouquinho mais aqui com a família. Passei esse tempo como professor visitanteno <strong>IMPA</strong> e na EPGE; o <strong>IMPA</strong> era minha casa principal, mas dei um curso na EPGE, a convite de CarlosLangoni, que era o diretor da Escola.O senhor conheceu o prof. Langoni em Chicago?Não, porque ele já tinha terminado quando cheguei. Ele sabia que eu era professor em Chicago e meconvidou a dar um curso na EPGE. Além das aulas, fiz um pouquinho de consultoria para o Ipea, nofamoso Proálcool. Foi um período muito bom. Conheci ótimos alunos, como Ricardo Paes e Barros,hoje um dos grandes economistas brasileiros, que está no Ipea; pouco depois conheci Sérgio Werlange Carlos Ivan Simonsen Leal. Mas senti muita falta daquela efervescência intelectual de Chicago, e foiisso que me convenceu a voltar.174

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