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IMPA 50 Anos

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O senhor se tornou comunista por influência de seu pai?Mais ou menos. Papai não é militante do Partido — foi na juventude —, embora tenha continuado bastantepróximo. Quem, de fato, me aproximou mais diretamente do Partido foi um professor de portuguêsdo Santo Inácio, que era da direção estadual e me convidou para alguns atos e reuniões. Depoisdo racha, ele acabou saindo mas foi para o PCdoB. Na verdade, um pouco antes do rompimento formal,o partido já estava rachado na prática, e passamos um período difícil da luta interna, em que não eraclaro o que ia acontecer. Já tinha havido o IX Congresso, um grupo desanimou, achou que não conseguiríamosmanter a sigla e acabaríamos perdendo tudo para o Roberto Freire; assim, esse professoracabou indo para o PCdoB.Doutorado e Olimpíadas de MatemáticaEm 1990 o senhor entrou para o doutorado no <strong>IMPA</strong> e se graduou na UFRJ, aos 17 anos. Não teve que fazervestibular?Fiz o exame vestibular, e os créditos do mestrado serviram para eu pedir dispensa de uma série de cadeiras.Fui muito bem assessorado por Maria José Pacífico, mulher do Jacob, que é professora da UFRJ eme apresentou a pessoas que conheciam bem o funcionamento da burocracia universitária, como FelipeAcker. Ele é professor da UFRJ e montou um programa no qual consegui dispensa de vários cursos. Fizas cadeiras de física, de computação — não digo que não tenha feito nenhuma — mas consegui terminarrapidamente a graduação; em um ano estava formado. Mas demorou bastante para receber o diploma,pois discutiu-se um bom tempo se minha graduação valia ou não, porque foi uma situação bastanteexcepcional; fiz uma graduação de quatro anos em apenas um.De qualquer forma, o senhor ingressou no <strong>IMPA</strong> antes de fazer 15 anos, um menino ainda, embora superdotado.Como era a convivência com os pesquisadores mais velhos?Na verdade, nunca sofri qualquer tipo de discriminação em nenhum sentido; todos me tratavam comooutro membro da turma de mestrado. Minha turma era muito boa, continuamos todos amigos até hoje;muito boa no sentido acadêmico e também do ponto de vista humano, social. O ambiente era muitoagradável. Nunca ninguém disse: “Lá vem aquele pirralho!” Desde seu nascimento, o <strong>IMPA</strong> se caracterizoupor romper com essas formalidades de faixa etária, mas realmente eu era o mais novo detodos — havia gente com 20 anos, mas com 14 . . . Muita gente havia feito mestrado junto com a faculdade— José Felipe Voloch, por exemplo, foi um deles — mas junto com o segundo grau fui o primeiro.Meu caso serviu para abrir espaço para outras pessoas; Carlos Matheus, um menino de Sergipe, acabouo mestrado alguns meses mais novo do que eu, com 16 anos e meio. Mateus é um caso interessante; veiode Sergipe com 13 anos, acompanhando um professor num colóquio promovido pelo <strong>IMPA</strong>. Gostou,começou a fazer cursos, fez o mestrado e está fazendo doutorado.40

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