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IMPA 50 Anos

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DEPOIMENTOLUIS A. FLORITFiquei muito surpreso quando fui convidado a escrever umas linhas sobre a minha relação com a matemática,e com o <strong>IMPA</strong> em particular. Pois, semi-plagiando o ditado, a minha experiência tem coisasinteressantes e originais, só que as originais não são interessantes, e as interessantes não são originais.Também, devo confessar que a veracidade de alguns dos fatos relatados aqui pode estar comprometidapor minha fraquíssima memória. Decidi também não falar sobre a minha relação com nenhuma pessoado <strong>IMPA</strong> em particular, não somente para evitar ciúmes, mas também porque seria difícil para mim dissimularo meu carinho, ser justo, e não esquecer de ninguém. Ainda estão a tempo de procurar algumacoisa mais interessante e original para fazer. . .A minha paixão pela ciência em geral começou, como para a maioria de nós, muito cedo. Tinha oitoanos quando, entediadíssimo, fui xeretar a fraca biblioteca dos meus pais. Foi lá onde achei um velholivro, cujo título chamou a minha atenção: “O Espaço no Teu Futuro”, de Leo Schneider. Um livro dedivulgação sobre astronomia que, se bem que escrito para adolescentes, continha idéias e conceitos sutiscomo espectroscopia e efeito Hubble. Foi o primeiro livro que li completo; vejo-me ainda lendo até osdados da editora para sentir na pele o que era ler um livro completo! Sempre senti que frequentar os meuscolégios do primeiro grau era um grande e incompreensível castigo. Mas o pior ainda estava por vir. Aminha adolescência transcorreu no pior ambiente possível para uma mente jovem: o de uma selvagem egenocida ditadura militar, que se permeava, em particular, na universidade e nas escolas que dependiamdela, numa das quais fiz meu segundo grau. Não, não me peçam o nome dela, pois ainda estou tentandoesquecer. O ambiente repressor, até fomentando a inimizade e a traição aos companheiros, me fezbastante solitário, característica ainda forte do meu caráter. Porém, esta solidão me levou a procurar“fugir” daquele ambiente, mesmo estando dentro da escola. E a astronomia teve um papel fundamentalnisto. A partir daí, li bastante sobre astronomia, embora sempre em nível de divulgação. Interessei-medepois pela biologia, pelas idéias da física nuclear, porém sempre de forma bem superficial e pouco,284

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