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IMPA 50 Anos

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O diploma de graduação não era exigido nos Estados Unidos?Houve um certo momento de pânico, quando chegou uma carta do prof. Taub, um matemático importantíssimode Berkeley, pedindo meu diploma para processar minha admissão. Elon estava em Berkeley,e eu lhe escrevi; ele falou com Taub, que me escreveu logo depois, dizendo que eu estava dispensadode apresentar os documentos. Aí fiquei sabendo que nos Estados Unidos um estudante pode ser admitidona pós-graduação sem ter concluído a graduação. Tenho o título de doutor sem ter tido qualquerdiploma anterior. Quando cheguei ao Rio de Janeiro, em dezembro de 65, o <strong>IMPA</strong> também era umainstituição absolutamente informal. Não havia a garantia de encontrar um matemático permanente,mas coincidiu de Ivan Kupka estar voltando de Berkeley para passar o ano 1966 no <strong>IMPA</strong>. Eu o conhecie, pela primeira vez, comecei a aprender matemática de verdade. Também coincidiu de eu estarmais amadurecido e de ter lido mais, mas foi meu primeiro contato com a pesquisa. Estava com 22anos e tinha uma formação absolutamente irregular. Na época, não havia programas de mestrado bemorganizados, como temos atualmente. Havia a biblioteca do <strong>IMPA</strong>, excepcional já naquela época, extremamenteútil. Fiquei no <strong>IMPA</strong>, ainda na sede da rua São Clemente, até agosto ou setembro de 1966,quando fui passar dois meses no Peru. Em Lima já encontrei criado um instituto de matemática nomodelo do <strong>IMPA</strong>. O instituto tinha uma sede nova, uma biblioteca excelente, mais de cem revistas dematemática, as melhores da época, todas compradas com o apoio da Fundação Ford e do Ministério daEducação do Peru. O projeto desse instituto era ter um centro de alto nível em torno do Sotomayor,do Camacho e do Saavedra. Ou seja, eu já era parte de um projeto. Sabia que tinha que voltar paracolaborar em dar forma a esse instituto.Quem foi seu orientador de estudos no <strong>IMPA</strong>?Kupka. Sem ter essa missão, na prática ele foi meu orientador. Foi a primeira vez que tive um contatovivo com um matemático; a partir daí, foi outra trajetória. E eu teria o Kupka também como um contatoquase permanente durante o doutorado, porque quando fui a Berkeley eu o encontrei novamente — eletinha retornado do Rio. Kupka passou uns quatro ou cinco anos em Berkeley e acrescentou muito aomeu doutorado.O doutorado na Universidade de BerkeleyQuando o senhor foi para os Estados Unidos?Em 1967, com uma bolsa peruana, da universidade onde tinha sido criado o Instituto de Matemática.Mas em 68 a bolsa não foi renovada, e eu apelei à OEA. Em 69, Smale partiu para a França para passarum ano sabático, e eu fiquei no dilema entre acompanhá-lo e aceitar a proposta que me faziam meuscolegas para passar esse ano no <strong>IMPA</strong>. Aceitei, porque estava preparando minha tese, e aqui estavamSotomayor, Jacob, Manfredo, Mauricio; era um ambiente muito rico em Sistemas Dinâmicos. Em 70Smale voltou para Berkeley, e eu voltei também; em 1971 terminei o doutorado.53

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