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IMPA 50 Anos

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uma secretária em Chicago, decidi não gastar dinheiro à toa. Mudei-me para Chicago, e nunca fui aRochester receber meu diploma, o que completou o fato de nunca ter recebido meu diploma da UFRJ,nem o do Colégio Pedro II. O de Rochester, pelo menos, me foi enviado pela Universidade.Havia brasileiros em Chicago nessa época?Tive contato com alguns. Afonso Celso Pastore estava visitando como post-doctoral fellow; conheci-oe conversamos muito. Além dele, havia vários alunos brasileiros, todos da minha idade ou poucomais velhos, porque eu tinha passado rapidamente pelo doutorado e não tinha feito aquele curso deaperfeiçoamento que todo mundo fazia: Cláudio Haddad, com quem mantenho amizade até agora,foi da EPGE, depois foi diretor do Banco Central, foi sócio do Banco Garantia e hoje dirige o IBMEC.Também estavam lá Fernando Hollanda e Antonio Carlos Porto Gonçalves.Em 1973 a Universidade de Chicago já tinha renome internacional em economia?Chicago se tornou uma das universidades importantes logo após sua fundação; Thorstein Veblen, umdos grandes cientistas sociais do começo do século, foi professor do seu Departamento de Economia.Chicago foi uma universidade instantânea, criada num estalar de dedos, com muito dinheiro; saiu comprandogente no país e no mundo inteiro. Nos anos 30 o Departamento de Economia começa a ser muitoinfluente. Era a época de Frank Knight e Jacob Viner; essa foi a geração dos professores de gente comoMilton Friedman e George Stigler. Evidentemente, eu chegara do Brasil com um pé atrás em relação aChicago, considerada por aqui uma universidade excessivamente liberal, de direita mesmo. Mas logoque cheguei lá entendi que a questão política era realmente secundária.O senhor já começou dando aulas na pós-graduação?No doutoramento. Eles jamais colocariam uma pessoa como eu para ensinar um curso importantena graduação, porque eu não sabia muita coisa. Tinha feito um doutorado muito rápido, portantoseria mais fácil ensinar coisas próximas da minha pesquisa. Comecei dando um curso avançado deteoria para alunos de segundo ou terceiro ano de doutoramento, ensinando o que eu tinha estudadohá pouquíssimo tempo. Além disso, perguntaram se eu poderia dar um curso extra à minha escolha,e resolvi dar um curso de economia marxista. Eu queria ler Marx direitinho, tentar entender como sepoderia fazer aquilo de forma mais abstrata, um esforço de fazer uma certa matematização de Marx.Já em Rochester eu começara a estudar alguma coisa. Nesta época tinha sido publicado um livro doMorishima, que apresentava uma versão matemática de alguns modelos marxistas. Havia também otrabalho do Safra. Em suma, havia um certo interesse de economistas mais teóricos. Dei o curso paraum pequeno grupo, uma espécie de curso de leitura para undergraduates, alunos da graduação.173

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