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IMPA 50 Anos

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Desde 1984 o senhor vem fazendo estágios de pesquisa (Research Visits) nas principais universidades do mundo.Qual é a importância efetiva desses estágios na trajetória acadêmica de um matemático?Já comentei anteriormente que a atividade matemática tende a ser solitária. Então, como o matemáticofaz pesquisa? Um aspecto fundamental é poder conversar com outras pessoas, interagir com outroscolegas. Se olharem as publicações em matemática — a tendência se acentuou nos últimos anos —descobrirão que a maioria é produzida em co-autoria, dois ou três autores. Isso é extremamente importante,porque muda completamente a natureza da pesquisa; como existe uma troca de idéias, o progressoé de outra magnitude. Assim, o matemático desenvolve sua pesquisa encontrando-se com umcolega que tem conhecimento naquela área e pode ajudar; decidem atacar juntos o problema, reúnem-see conversam sobre o assunto. No momento, tenho colaboradores na França, em Portugal, tenho um visitanteaqui do Royal Institute of Technology de Estocolmo — seu nome é Michael Benedicks, e é nossosegundo trabalho conjunto. Em suma, é preciso que as pessoas se juntem e interajam. Correio eletrônicoresolve algumas coisas mas não resolve tudo, não substitui o contato pessoal. O correio eletrônico funcionanuma fase final, de redação do trabalho. Visito com freqüência a Universidade de Dijon, o RoyalInstitute of Technology de Estocolmo, e várias instituições em Paris. É isso o que significa o estágio depesquisa: o encontro entre pessoas para tentar resolver algum problema. É algo que faz parte normalde nossa profissão como matemáticos.Como são financiadas essas viagens?Em parte pelas agências nacionais de fomento — tenho tido a sorte de não precisar apelar para elas atéhoje, mas quando for necessário eu o farei — e em parte por projetos de colaboração internacional. Essemeu co-autor está aqui financiado por um projeto de colaboração bem interessante. Trata-se de umafundação semiprivada da Suécia, que criou um programa de colaboração com a América Latina emdiversas áreas. Esse grupo do Royal Institute of Technology, que já tinha excelentes contatos conosco,nos procurou para apresentarmos uma candidatura para apoiar esse tipo de estágio de pesquisa. Fizemosum projeto conjunto, eles apresentaram a essa fundação, e foi aprovado. É um projeto até bastantegrande, com duração de quatro anos e com orçamento muito substancial. Este é o último ano, infelizmente,está acabando. Com esse projeto, inteiramente financiado pelos suecos, temos viabilizado visitas,não só minhas como do Benedicks e de outras pessoas. Em maio de 98 eles organizaram uma conferênciaem Estocolmo, para juntar os vários participantes e equipes dos dois lados; temos enviado alunos daquipara fazer estágio em Estocolmo — Jairo Bochi, por exemplo, acaba de voltar de lá — e eles têm enviadojovens seus para o <strong>IMPA</strong> — durante dois anos tivemos um recém-doutor sueco chamado Warwick Tucker.Existe outro belíssimo exemplo de cooperação: um programa de alto nível com a França — temosuma relação muito próxima com a matemática francesa, que é parte da história do <strong>IMPA</strong>. Há muitosanos o governo francês mantinha uma programa chamado Cooperação — não sei quando começou,mas ainda existia até meados dos anos 90. Certos jovens em idade de prestar o serviço militar podiamir para outros países em funções de cooperação; alguns vieram para cá, fazer estágio de um ano no232

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