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IMPA 50 Anos

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para a Faculdade de Engenharia da Universidade do Brasil. Na época, o que eu pensava era que a boamatemática era feita na Escola de Engenharia. Era muito comum isso; Mario Henrique Simonsen foioutro que cursou a Escola de Engenharia. Quando entrei, ele já tinha saído — formou-se em 1957 —,mas deixara um nome, já era uma lenda.O senhor pensava em seguir carreira como engenheiro?Talvez sim, mas minha inclinação era mais teórica, e na minha cabeça o matemático que não fosse ligadoà Escola de Engenharia era alguém que dava aula em colégio; isso eu sabia que não desejava ser. Eraambicioso, queria avançar muito mais. Na Escola de Engenharia, eu fazia perguntas demais, sempre asfiz. Se quiserem que eu não faça perguntas, que eu não tente entender o que está se passando, melhornão me ter ao lado. Nunca faço perguntas maliciosas ou irônicas, mas usualmente elas não são inocentes:quero saber mais, aprofundar-me no objeto em discussão.E essas perguntas eram respondidas?Com alguma freqüência, não. Muitas delas ficavam sem resposta ou recebiam uma resposta que eu consideravainsatisfatória. Apareciam fórmulas, e eu queria saber de onde vinham, qual era a motivação;estava quase permanentemente insatisfeito. Apesar disso, ganhei todos os prêmios da Escola de Engenharia.Eu já estava bastante próximo do Lindolpho, e posteriormente do Mauricio, ajudava na cadeirade mecânica e de cálculo, fazia seminários em matemática. E com o falecimento de Marília, esposado Mauricio, acabei sendo encarregado da disciplina de cálculo vetorial e geometria analítica; era osegundo semestre do meu segundo ano da Escola de Engenharia. Foi crescendo em mim o desejo de estudarmais matemática e física para ser capaz de responder às perguntas que não me eram respondidasna engenharia. Nessa ocasião, eu pretendia cursar engenharia elétrica, porque parecia envolver maismatemática, quando criaram uma área que me chamou a atenção: engenharia econômica, precursorado que talvez seja hoje engenharia de produção. Optei por concluir meu curso nessa área. Apesar deminhas dúvidas e desassocego, gostaria de salientar que o curso de engenharia influenciou muito positivamenteminha carreira de matemático, talvez por não promover um excesso de formalismo e assimestimular visões mais globais dos temas tratados.Quando tomou conhecimento da existência do <strong>IMPA</strong>?Não foi de imediato, porque o <strong>IMPA</strong> era muito pequeno, ficava ali na esquina da rua Sorocaba com SãoClemente. Lembro de começar a freqüentá-lo no quarto ano da Escola de Engenharia. Antes, todos ossábados, havia um seminário de matemática na Escola, no Departamento de Mecânica; pois bem, passeia frequentar esses seminários no <strong>IMPA</strong>. Mas continuei com a idéia de me formar engenheiro, não paraexercer a profissão, mas porque me pareceu o caminho mais simples para seguir estudando matemáticadiretamente. Eu queria aprender muito, sem preocupação de cursos formais, posições ou empregos tãocedo.122

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