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IMPA 50 Anos

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gia, é preciso muito dinheiro, muita estrutura, laboratórios enormes. Na matemática não, a pesquisa ébasicamente individual; não é necessário montar uma estrutura institucional tão forte como em outrasáreas. No CNRS, em geral o pessoal está ligado a um departamento universitário. Em cada universidadede algum prestígio há um certo número de pesquisadores que recebem salários do CNRS. Umauniversidade como Paris-Sud, onde fiquei depois como professor, tem um quadro permanente de quase200 pessoas, das quais talvez 1<strong>50</strong> são professores ou assistentes de professores pagos pela universidade,e o restante é pago pelo CNRS. Não há diferenças salariais, mas é mais confortável ser contratado doCNRS, que não obriga seus pesquisadores a lecionar; podemos ficar só fazendo pesquisa.O senhor fez concurso para ser contratado pelo CNRS?Sim. É um concurso nacional, com poucas vagas; no ano em que entrei, havia seis vagas para matemáticono CNRS, atualmente são entre dez e 15. Como eu era muito jovem, foi importante ficar umtempo só fazendo pesquisa, antes de ser professor. Acho fundamental os jovens poderem dedicar cinco,seis anos à pesquisa em tempo integral, quando se está cheio de idéias e também de energia para fazeras idéias funcionarem. Depois é preciso encontrar um equilíbrio entre lecionar e pesquisar. Comfreqüência, o pessoal do CNRS leciona um pouquinho, só para encontrar uma nova fonte de inspiração.O contato com os jovens é muito bom. Nesse sentido, considero o <strong>IMPA</strong> um lugar muito agradável, porqueé interessante ensinar matemática nesse nível. Quando se dá aula no primeiro ano de graduação, ouo equivalente a isso nos Estados Unidos, o conteúdo do ensino é muito padronizado, e os alunos não sãomuito bons. Só no mestrado e no doutorado é possível encontrar estudantes realmente interessantes;isso só vale para a parte mais avançada da universidade.A temporada no <strong>IMPA</strong>Quando o senhor veio para o <strong>IMPA</strong>?Em 1981. Eu estava com 24 anos e precisava fazer o serviço militar — já tinha conseguido adiar bastante,porque estava na universidade. Com isso, eu tinha duas opções: poderia ir para um laboratório doExército francês para ensinar matemática para alunos oficiais das escolas militares ou ir para o exterior.Inicialmente, isto significava para a maior parte das pessoas ir lecionar em escolas — ou trabalhar comoengenheiro ou médico — na África. Com o fim do império colonial francês, as pessoas começaram adiversificar: tenho amigos que foram para a China, para a Inglaterra, para o Canadá, para os EstadosUnidos; dos meus irmãos, um foi para a Malásia e o outro para a Noruega — só para vocês terem umaidéia da amplitude. Havia um acordo entre o <strong>IMPA</strong> e o governo francês, que nos permitia trabalharno Instituto nesse esquema. Em geral, havia sempre um ou dois matemáticos franceses aqui, nuncamais do que dois nesse programa ao mesmo tempo. Quando cheguei, um deles já estava saindo eo outro sairia dali a alguns meses; eram Jean-Pierre Françoise e Etienne Ghys, dois matemáticos que141

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