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IMPA 50 Anos

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O senhor chegou a encontrar o prof. Jacob Palis em Berkeley?Sim, encontrei com ele lá. Eu já o conhecia desde o final de 1965, quando ele, que estava nos EstadosUnidos, veio ao Brasil para se casar. Ele já sabia que eu estava indo para os Estados Unidos, e voltamosa nos encontrar lá; ficamos muito próximos. Foi uma oportunidade interessante, porque se podia fazeruma análise de todo o desenvolvimento da matemática nos países da América do Sul. Era óbvio que oBrasil começava uma etapa nova, com o financiamento do governo à ciência, que começou nessa época,68 mais ou menos. Coincidentemente, em 68 houve uma catástrofe no Peru. Em setembro daquele ano,houve no país um golpe de estado que colocou Juan Velasco Alvarado no poder. A primeira providênciado novo governo foi baixar uma lei universitária que, entre outras coisas, eliminava de vez os institutosde pesquisa paralelos às faculdades. Com isso, acabou aquele Instituto de Matemática que começava agerminar. Ficamos todos no ar, sem um projeto; eu estava nos Estados Unidos, o Saavedra em Paris, eo Sotomayor, que já tinha retornado ao Peru, teve que redefinir seus planos. Foi por isso que tanto elecomo eu acabamos chegando ao Brasil com o fim do projeto peruano.A década de 60 foi rica em novos problemas para os Sistemas Dinâmicos, não?Realmente, foi uma época bastante rica em questões, em problemas. E várias dessas linhas foram apontadaspelo Smale num trabalho memorável. E como o <strong>IMPA</strong> desenvolveu uma forte linha de SistemasDinâmicos, o final da década de 60 e os anos 70 foram um período de explosão criativa do <strong>IMPA</strong>. Em1971 foi realizado o importante simpósio internacional de Sistemas Dinâmicos. Em 1976 já se via claramentea importância do <strong>IMPA</strong> na América Latina, quando se realizou no Instituto uma memorávelEscola Latino-Americana de Matemática.Nessa época, estreitaram-se também os laços com a França?Sim, aumentou a cooperação em nível governamental, entre o Centre National de Recherches Scientifiques,o CNRS, e o CNPq. Isso implicava uma troca de visitantes, à base de três por ano. E tambémuma visita de longa duração de jovens franceses que vinham fazer seu serviço militar no <strong>IMPA</strong>. Issorepresentou uma adição à colaboração que se fazia, na forma de visitas periódicas entre nós. No inícioda década de 70, para nós era muito raro ir à Europa. Lembro que, quando iam pela primeira vez, aspessoas voltavam de lá contando histórias. A primeira vez que eu fui à Europa foi em 1972, e minhaporta de entrada foi o International Centre for Theoretical Physics, de Trieste, instituição importantecriada por Abdus Salam, um paquistanês Prêmio Nobel de Física, e que desempenha um relevante papelna disseminação da ciência em países em desenvolvimento. Em 1972 organizou-se uma reunião deum mês, e alguns jovens matemáticos brasileiros foram convidados; Sotomayor e eu fomos ao encontro.Para mim, foi absolutamente revolucionário, porque nessa estada de um mês em Trieste conheci NicolasKuiper, matemático eminente e diretor do Institut de Hautes Études Scientifiques de Paris. Tivemos umaafinidade muito rápida; ele se interessou pelos problemas em que eu estava trabalhando e me chamoupara a ir a Paris. Assim, da Itália fui para Paris, convidado pelo Kuiper e pelo Thom. Em Trieste conheci54

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