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IMPA 50 Anos

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Professor da Universidade Federal da BahiaO início dos anos 90 o encontra como professor adjunto da UFBA, na área de pós-graduação. O nível era o mesmode Pernambuco?Não, muito aquém, e mais aquém ainda em relação ao <strong>IMPA</strong>. Minha ida para lá tinha também a funçãode fortalecer o Departamento de Matemática; fui coordenador de pós-graduação durante dois períodos,de 1989 a 1993. Na verdade, eu poderia ter simplesmente feito um esforço em pesquisa e nada mais,exercendo atividades mais individuais. Ficaria tranqüilo no meu lugar, produzindo meus papers, viajando;certamente, eu teria publicado o triplo de artigos que publiquei. Mas tudo bem, não tenhoqueixas. Decidi fazer um trabalho mais amplo, de promover a formação das pessoas, em nível de pósgraduação,estimulá-las a sair para o doutorado e certamente instalar um clima geral nessa direção.Consegui que a FINEP assinasse um convênio com a UFBA de dois anos renováveis por mais dois.Posso dizer, sem falsa modéstia, que esse convênio foi firmado principalmente por causa da minha atividadecientífica. A FINEP deu um aval à presença de um matemático mais senior, mais experiente,que estava ali para levantar aquele lugar, que era um pouco incipiente. Essa era a idéia. E eu trabalheimuito na área de iniciação científica; foi um trabalho estafante. Fiz uma coisa completamente original,com a ajuda de algumas pessoas, inclusive da minha então companheira no período, que se interessavapor essa parte de ensino e pelas Olimpíadas Brasileiras de Matemática: consegui iniciar um programaentão inédito no Brasil inteiro. Existia, e existe, um programa de iniciação científica; o que iniciei foi umprograma de pré-iniciação científica. Lembro que tive essa idéia num período de greve. Os alunos quepassaram no vestibular das áreas de ciências exatas como engenharia, física, matemática, estavam semaulas; aqueles jovens todos, verdinhos, sem aula. Iriam ficar sem aula durante um mês ou mais, porcausa da greve. Fui à Secretaria de cada área, elaborei uma lista dos <strong>50</strong> alunos mais bem classificados efiz uma convocação para esse programa, explicando o que seria. Na verdade, nem eu mesmo sabia bemo que queria fazer.De onde vieram os recursos?Não tínhamos muitas verbas, mas no final consegui alguma coisa, porque ficou muito claro que não eraapenas uma iniciativa financeira, mas era forma de treiná-los para a universidade. O programa foi muitointeressante; no início, apareceram 70 alunos ou mais, de engenharia! O programa foi mantido durantealgum tempo e o aluno, quando se tornava um pouco mais maduro, candidatava-se à bolsa de iniciaçãocientífica. Foi uma coisa muito boa, porque era uma transição do vestibular para a universidade —claro, para os alunos interessados em matemática — e nós procurávamos dar temas que fossem ligadosàs respectivas áreas, coisas de engenharia, de mecânica, um esforço nesse sentido.Em 1990 o senhor realizou uma viagem ao Japão?Sim, e me lembro por uma notícia muito triste: meu pai faleceu quando eu estava lá. Já tinha cumpridomais da metade do período que pretendia passar no Japão, quando me telefonaram, comunicando a31

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