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IMPA 50 Anos

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Outros matemáticos afirmaram que era muito fraco o ensino da matemática na Faculdade de Economia.É verdade. Alguns professores gostavam de matemática, mas não tinham o nível dos matemáticos do<strong>IMPA</strong>. Por isso, quis ir mais a fundo e fiz vestibular para a Escola de Estatística, que tinha certa tradição,tinha sido criada por Giorgio Mortara, que veio da Europa durante a Segunda Guerra — tinha sidoeditor daquele Giornale degli economisti, um dos maiores jornais de economia. Na Ence lecionava OscarPortocarrero, que era das ciências atuariais — essa foi uma das razões por que me atrasei um ano naeconomia: estudar mais com o Portocarrero. Eu tinha um colega, Frederico Carvalho, e juntos íamosprocurando esses lugares para estudar mais, primeiro vinculado à estatística.Como o senhor descobriu o <strong>IMPA</strong>?Na Faculdade de Economia, tínhamos um grupo muito interessante: Dionísio Dias Carneiro, FranciscoLopes, Luís Otávio Façanha, Frederico Carvalho e eu. Tínhamos a idéia de estudar mais matemática, efomos a vários lugares; a Escola de Estatística foi um. Falando aqui e ali, acabei ouvindo dizer que no<strong>IMPA</strong> havia um curso de verão; Frederico Carvalho e eu fomos até lá, gostamos do que vimos, pegamosum cartaz de propaganda e levamos para a Faculdade. A partir daí, comecei a fazer o <strong>IMPA</strong>, já em 1966.Cursos isolados?Sim. Primeiro um de verão, de Análise Matemática, dado pelos alunos do Leopoldo Nachbin: SílvioMachado e João Bosco Prolla. Fiz o curso e vi que realmente gostava muito de matemática. Como fuimuito bem, fiquei dividido porque a matemática começou a ser interessante para mim em si mesma,principalmente com os cursos que fiz depois no <strong>IMPA</strong>. Leopoldo Nachbin tinha nome, já era conhecidono exterior, tinha realizado uns trabalhos matemáticos importantes; com ele fiz Análise Funcional.Djairo Figueiredo também me marcou muito; com ele fiz cursos de Variáveis Complexas, Equações DiferenciaisParciais e até um de Programação Geométrica, uma coisa meio exótica, mas que tinha algumacoisa a ver com economia. Fiz também um curso rápido com o Caio Dantas, da USP, que tinha chegadode Berkeley.Elon Lages Lima já trabalhava no <strong>IMPA</strong>?Só estive próximo dele na parte final do meu mestrado e fiz com ele um curso muito bonito, de VariedadesDiferenciáveis. No meu último ano no Instituto, Manfredo do Carmo, Jacob Palis e MauricioPeixoto estavam chegando, mas não cheguei a fazer cursos com eles. O fato é que eu estudava economiade manhã, matemática no <strong>IMPA</strong> à tarde e estatística à noite; fazia os três juntos. Minha dedicaçãomaior era ao <strong>IMPA</strong>, porque na Faculdade eu praticamente lia apostilas. Fui estudando matemática maisavançada, e isso ajudava tanto economia como estatística.4

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