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IMPA 50 Anos

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não sei, é difícil avaliar —, foi uma tentativa baldada. Cheguei a fazer todos os cursos, prestei exames epoderia ter obtido o título, se o programa tivesse sido institucionalizado na época.O senhor não pensou em fazer pós-graduação no <strong>IMPA</strong>, no Rio?Eu já tinha ouvido falar do <strong>IMPA</strong>, mas a minha idéia era muito vaga. Partiu essencialmente de umaconversa que tive com Elon Lages Lima, que em 67 passara por Recife e Fortaleza, dando palestras.Junto com outros alunos e professores, conversei com ele e disse logo que tinha vontade de ir para oexterior. Ele, então, explicou quais eram as possibilidades, disse que o CNPq tinha bolsas para doutoradono exterior, e também para o <strong>IMPA</strong>, evidentemente, mas na altura não contemplei essa hipótese.Coincidentemente, Paulo Ribenboim tomou a iniciativa de fazer alguns contatos no Brasil, à procura dealunos que estivessem interessados em fazer o doutorado no Canadá, mais particularmente com ele, naQueen’s University, em Kingston, Ontario. Nessa altura, eu surgi como candidato natural, embora nãotivesse perfeito domínio do inglês; meu conhecimento da língua decorria de minha incrível paixão pelocinema — na juventude cheguei a tentar escrever roteiros de filmes, entretanto nunca fui adiante. Maseu certamente gostava muito de filmes, comprava todas as revistas, tinha uma coleção de livros de cinemaem inglês, espanhol. . . Como tinha bom ouvido, quando cheguei ao Canadá, não tive dificuldade,foi uma coisa natural. Já fui casado, com minha então esposa grávida de minha primeira filha.O senhor recebeu alguma bolsa de estudo?Do Brasil, não. Consegui uma bolsa de uma instituição canadense, o National Research Council; era umabolsa muito modesta, mas eu também levava uma vida muito modesta. Mas sem sacrifícios, digamos.Fiz mestrado num tempo relativamente curto — em dez meses minha dissertação estava praticamentepronta — e depois entrei imediatamente no doutorado. Meu orientador foi Paulo Ribenboim, como jáfoi mencionado. Para o mestrado, minha área foi Álgebra, e o tema era basicamente sobre Módulos Projetivos,na época extremamente em moda. O assunto estava nascendo, e vários excelentes matemáticosestavam pensando nisso, entre os quais um muito conhecido, detentor da Medalha Fields, Jean-PierreSerre. E a razão pela qual alguns desses matemáticos estavam pensando nesse novo tema é que erauma maneira algébrica de expressar certas construções extremamente importantes em Geometria, queé a idéia de fibrados vetoriais. Então, minha dissertação foi sobre esse tema.Sua dissertação de mestrado foi publicada?Sim, sob o título “When are projective modules free?”, publicada em 1969 na Queen’s Papers in Pureand Applied Mathematics, número 21, revista da Queen’s University. No doutorado dei continuidadeao mesmo tema, evidentemente olhando outros aspectos, já que as coisas estavam acontecendo rapidamente.Imediatamente, ou quase paralelamente à publicação da minha dissertação, foi publicadoaquele monumental compêndio de Hyman Bass, professor da Columbia University, cujo título é AlgebraicK-Theory, quer dizer, Teoria K-Algébrica, mas essencialmente era em volta da Teoria dos Módulos21

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