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IMPA 50 Anos

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O senhor se licenciou da Universidade?O procedimento canônico em Portugal — agora está mudando um pouco — era o seguinte: está previstonos estatutos da carreira a possibilidade de afastamento durante o doutorado, mantendo-se o salário.Para mim, isto foi importante, porque cheguei aqui nos primeiros dias do Plano Cruzado, uma épocamuito confusa. Lembro de um período em que, por razões que já esqueci, as bolsas estiveram suspensasdurante três meses; o <strong>IMPA</strong> ajudou alunos, adiantando um dinheiro que depois foi reembolsado, paraos estudantes poderem sobreviver.O doutorado no <strong>IMPA</strong>Como era o convívio no <strong>IMPA</strong>?O <strong>IMPA</strong> tem a vantagem de ser uma instituição pequena, onde todo mundo se conhece. Lembro quelogo na primeira semana fui apresentado ao prof. Lindolpho de Carvalho Dias, diretor do Institutona época, pessoa extremamente simpática. Tive muito contato com o seu sucessor, prof. Elon Lima —excelente didata, aliás. Nunca tive aula com ele, mas assisti a palestras suas, e ao longo desses anostemos tido muito bom contato. Fui monitor, aqui no <strong>IMPA</strong>, de um curso dado por ele, creio que durantesua gestão como diretor; um curso de Análise, introdutório, dado no verão, e que em geral tem umgrande número de alunos. É o curso tradicionalmente freqüentado pelo aluno jovem que chega ao <strong>IMPA</strong>para começar o programa de mestrado ou para ser testado com vistas à admissão ao mestrado. Comoutros professores, o grau de contato foi variável mas, de um modo geral, excelente. Devo dizer quefiquei agradavelmente surpreso — e essa é uma diferença muito importante em relação a Portugal — aoconstatar que aqui no Brasil a distância entre o professor e o aluno é muito menor, não só no tratamento,mas no contato do dia-a-dia. Eu não estava habituado a tomar café na mesma sala em que o professortoma café; nesse tipo de situação em Portugal há um distanciamento maior. Essa foi uma surpresa muitoagradável. Tive contato com o Paulo Sad logo que cheguei. Com Ricardo Mañé, também professor do<strong>IMPA</strong>, originalmente uruguaio, um dos nossos dinamicistas mais brilhantes, falecido em 95; o auditóriocentral do <strong>IMPA</strong> tem o seu nome.Qual era sua rotina de estudos?Todos os alunos do doutorado, e a maioria dos alunos do mestrado, têm espaço em gabinetes partilhadoscom até mais dois colegas. Eu chegava cedo, em torno de 9:00hs, ficava trabalhando direto aqui ouna biblioteca; nesse tempo não havia microcomputador ainda, o <strong>IMPA</strong> tinha apenas um ou dois computadores.Eu passava o dia trabalhando aqui. Este lugar é tentador demais, iria trocar por quê? Quantoaos professores, acho que em média, passavam até mais tempo aqui do que os alunos; atualmente, comoprofessor esse é o meu caso.226

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