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IMPA 50 Anos

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maior despesa na balança de pagamentos era o petróleo. De outro lado, o que mais exportávamos eramprodutos agrícolas. Nunca consegui me decidir se fazia um ou outro. Por sorte, a matemática utilizadaé muito semelhante e ao longo da minha carreira pude trabalhar nessas duas frentes: meteorologia epetróleo.Já se falava em exploração de petróleo em alto mar, off shore?A exploração estava no início, mas sabia-se que havia grande margem de expansão. Seria uma questãode tempo. Participei de vários projetos com a Petrobrás na década de 80, mas não quis ir trabalhar naempresa, porque desejava fazer coisas que tivessem importância a longo prazo, e o maior prazo comque eles podiam trabalhar era o médio. Agora, colaborei com eles, troquei informações. No início, elessolicitaram consultorias; depois acabaram financiando alguns projetos. Mas financiamento em largaescala só aconteceu depois da criação da Agência Nacional de Petróleo e o programa CTPETRO.Em 1985 o senhor recebeu uma bolsa de pesquisa do CNPq. Qual era o objetivo?Existia no CNPq o que eles chamavam de bolsa de pesquisa, e hoje se chama bolsa de produtividade;é conferida como incentivo aos pesquisadores ou professores universitários que têm boa produção científica.Comecei a recebê-la em 1985 e continuo recebendo até hoje.Pesquisador do <strong>IMPA</strong>O senhor fica na PUC até 1986 e no ano seguinte se transfere para o <strong>IMPA</strong>. Por quê?Por uma razão inteiramente pessoal. Um episódio lamentável na história do Departamento de Matemáticada PUC. Como não tem estabilidade financeira, freqüentemente a Universidade quer diminuiraté mesmo o quadro docente. Lá dentro criou-se uma atmosfera que afetava a mim e ao Paes Lemediretamente e que nunca se recompôs. Dois anos depois, houve algumas divergências, e foi impossívelpacificar os ânimos. Senti que não havia possibilidade de crescer mais lá dentro do Departamento semferir pessoas. O <strong>IMPA</strong> propôs me acolher, e eu vim. Além disso, naquela época percebi que o <strong>IMPA</strong>tinha uma posição estratégica na matemática do país; existia no Instituto boa matemática pura, queteria grande importância para o Brasil. Foi um momento em que a matemática aplicada, apenas incipiente,era vista com descrédito pelo resto dos matemáticos, em parte porque não era feita aqui no <strong>IMPA</strong>;como o Instituto era um modelo de qualidade, seria muito útil que se fizesse aqui uma boa matemáticaaplicada. Uma das razões que me fizeram perceber isso foi minha atividade, entre 1986 e 1988, comomembro do Comitê Assessor do CNPq para julgamento de títulos; aí passei a ter uma visão muito maisampla do quadro matemático. Percebi que essas pequenas picuinhas que havia na PUC eram, na verdade,nacionais; já tinham sido superadas nos Estados Unidos e em países da Europa, mas no Brasilestavam no auge. Achei que seria uma coisa boa vir para cá, uma vez que contava com o respeito deprofessores daqui.71

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