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IMPA 50 Anos

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questões importantes da matemática é ligada a outras áreas. Às vezes, é difícil reconhecê-las. Pode-secomeçar por uma parte onde a ligação com o exterior, com a física ou a biologia, é bem óbvia; depoisque os matemáticos formularam o problema, não tem mais essa aparência, a origem não é tão visível.Mas mesmo assim, a motivação inicial veio do exterior. Nossa área tem dois problemas que, num certosentido, criaram a disciplina. Um é o da Mecânica Celeste, o movimento dos astros submetidos à Lei daGravitação Universal, de Isaac Newton, onde existe uma lei física, um modelo matemático de quase 400anos. O segundo problema vem da Termodinâmica, isto é, o movimento de um gás num recipiente onde,por exemplo, um modelo bem simplificado pode ser com pequenas bilhas que podem se chocar entresi ou se chocar contra as paredes e entender como essa microdinâmica numa escala atômica explica asleis conhecidas da Termodinâmica. Num certo sentido, continuamos até hoje sem saber a solução paranenhum dos dois problemas, mas muitos conceitos da nossa área são ligados a tentativas de resolveresses problemas.O doutorado na Universidade de Paris-SudDepois de terminar o mestrado, o senhor começou a dar aulas?Não, mas fiz concurso para professor, a Agrégation. Isso era tradicional pois, como eu disse, a antigavocação da École Normale Supérieure era, antes de tudo, formar professores. A rigor, esse concursopode ser considerado uma garantia de emprego, uma espécie de seguro para o caso de não se conseguiruma posição de pesquisador. Além disso, a preparação para a Agrégation não é desagradável do pontode vista da pesquisa; é uma oportunidade de aprender partes da matemática que talvez não fossemaprendidas, não fora o concurso. É um estímulo ao conhecimento.Quando senhor entrou para o doutorado?Em 1977. No ano seguinte recebi o Diplôme d’Études Aprofondies de Mathématiques, que corresponde aotérmino da parte teórica do doutorado, antes da tese. Fiz em Paris-Sud, num subúrbio, Orsay. Nofinal de 77 ou início de 78, conheci a pessoa que se tornou meu orientador e a peça mais importanteda pesquisa: Michael R. Herman, que infelizmente morreu em 2000; era um matemático de enormeprestígio. Comecei a conhecer matemáticos através de meu pai, que tinha sido aluno da École NormaleSupérieure entre 1948 e 1952 e conservara amizades daquele tempo. Um deles, Jean Cerf, aconselhoumea trabalhar com Michael Herman, que nesse momento era jovem e estava se firmando como ummatemático muito reconhecido. Formalmente, fui seu primeiro orientando. Em 1979, com 22 anos, fuicontratado como pesquisador no Centre National de Recherche Scientifique.Equivaleria, em termos brasileiros, a ser pesquisador do CNPq?Não inteiramente. O CNRS depende bastante das áreas — de novo, o sistema não é exatamente igualna matemática e na física. Sobretudo em física de energias altas, a física das partículas de alta ener-140

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