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IMPA 50 Anos

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Em 1968 o senhor se formou em economia e em estatística e já em junho de 1969 era mestre em matemática pelo<strong>IMPA</strong>?É verdade. Uma característica muito interessante do <strong>IMPA</strong> é a ausência de formalismo. Aliás, eu tinhamuito orgulho, porque fiz meu mestrado junto com a graduação, mas mais recentemente houve dois outrês casos de alunos que fizeram o mestrado junto com o segundo grau! O Instituto não tem burocracianenhuma. É só se inscrever e levar uma foto; se a matemática gostar de você e você gostar dela, sehouver amor recíproco, é só ir em frente. Sempre foi assim.Depois de formado, o senhor permanecia dividido entre a matemática e a economia?Fiquei mais dividido ainda, porque queria ir para o exterior. No <strong>IMPA</strong> havia uma cultura a favor deBerkeley; Elon gostava muito de lá, o Jacob tinha vindo de lá. Eu tinha uma certa inquietude porque,embora gostasse muito de matemática pura, eu queria fazer alguma coisa com aplicação social. Eachava meio vago; a economia tinha a ver com matemática, mas não era transparente, porque no Brasilestávamos muito atrasados em economia. E na Faculdade não havia a visão de que se fazia pesquisa emeconomia. Assim, decidi fazer uma matemática mais aplicada e fui estudar Teoria das Probabilidadesem Berkeley.O que era essa economia atrasada que se estudava na Faculdade, naquela época?Estudávamos uns textos meio obsoletos e discutíamos economia. Dentro da Faculdade havia o pensamentocepalino, com Carlos Lessa, Maria da Conceição Tavares e Antônio Barros de Castro, que eramexcelentes em economia brasileira. Mas lá não se tinha idéia de como fazer pesquisa em economia. JoséAlexandre Scheinkman, meu colega de turma e um dos meus melhores amigos até hoje, fez uma trajetóriaum pouco diferente; conversou mais com o Nachbin, que tinha um amigo que fazia economiamatemática nos Estados Unidos. E o Scheinkman acabou indo diretamente para economia matemática.Mas minha intenção era estudar primeiro matemática pura; por isso, fiquei meio intermediário. Achavaque as duas coisas podiam convergir, mas não em pesquisa. Eu conheci alguém que podia se chamarde economista, mas na realidade era um psicólogo matemático: Duncan Luce. Ele estava visitando aPUC — acho que foi o Elon que me apresentou, não tenho certeza — e deu uma palestra no <strong>IMPA</strong> sobreTeoria das Preferências, que é uma parte mais matematizada do comportamento humano, faz umainterseção entre economia matemática e um pequeno grupo de psicólogos. Lembro que conversei brevementecom ele. E também um pouquinho antes de viajar li algumas coisas de Gerard Debreu, queestava em Berkeley, e fiquei surpreso, pois ele já usava bastante matemática em economia. Ficou muitomeu amigo, gosto muito dele; posteriormente ganhou o Prêmio Nobel e hoje mora em Paris. Fui muitoinfluenciado por ele. Em suma, fui para Berkeley com alguns rudimentos da utilização da matemáticaem economia.5

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