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IMPA 50 Anos

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aquele é engenheiro, aquele é matemático e esse é médico. Atualmente, as barreiras fazem cada vezmenos sentido, à medida que se cria, por exemplo, uma área de engenharia informática, que pega umpedaço de engenharia, um de informática, um de matemática — que pode até ser sofisticado, comoTeoria dos Números, matemática bastante clássica, bastante tradicional — e um pedaço de Ciência daComputação. À medida que foram aumentando as diversidades, também começaram a aparecer cadavez mais opções que, de fato, misturam uma série de coisas. Talvez a metade dos professores do <strong>IMPA</strong>seja graduada em engenharia, e isso nunca atrapalhou, nunca foi uma lacuna; eles não se sentem, e nãosão, menos matemáticos por causa disso. Basicamente, o que estou dizendo é que separações muitoestanques nunca fizeram sentido, e agora fazem menos ainda. Atualmente há uma noção clara de quea matemática é uma ciência em relação perpétua, permanente com as outras ciências. Recebemos problemasdas outras ciências, resolvemos, devolvemos a resposta. Boa parte da vitalidade da matemáticaé que o tempo todo as ciências estão nos apresentando problemas. A física foi uma fonte fundamentalao longo de todo o século; Sistemas Dinâmicos deve muito a provocações de áreas como meteorologia,ecologia, economia, além da própria física. Hoje estamos encarando o desafio de tornar a biologia umaciência mais exata, mais estruturada, responder a perguntas que ela nos está apresentando: como lidarcom massas enormes de dados, como existem no genoma, como entender melhor a evolução de sistemasecológicos, como modelar o aquecimento global do planeta. No <strong>IMPA</strong> há projetos ligados a questões desaúde, em que a matemática pode ter um papel fundamental, desde problemas de Dinâmica dos Fluidos,até análises de imagens de tomografia. Como formar, a partir de imagens planas, bidimensionais,um modelo tridimensional da coluna vertebral? Isto levanta problemas matemáticos extremamente interessantes.Para alguns problemas, a matemática já existe e precisa ser aplicada, e para outros ela temque ser criada, não existem instrumentos. Essa interação com outras ciências é um aspecto em que acabeça do matemático tem evoluído bastante. No <strong>IMPA</strong> estamos conscientes de que essa interação éabsolutamente indispensável para os dois lados, e não faria sentido de outra maneira.Quando veio para cá em 1986, o senhor ainda estudava em livros estrangeiros?Majoritariamente estrangeiros. O mais interessante é o seguinte: antigamente não havia bibliografia dematemática em português. Esse problema foi sentido, em particular, aqui no <strong>IMPA</strong>, e nesse aspecto ElonLima teve um papel fundamental no contexto do Projeto Euclides. Não conheço a história em detalhes,mas penso que esse projeto vem dos anos 70, ou seja, uma produção sistemática de livros, um esquemamontado com financiamento, uma gráfica e tudo o mais. Depois deste programa, vieram outros, e hojetemos aqui no <strong>IMPA</strong> vários programas de publicação, que cobrem a maioria das áreas da graduaçãoe também do mestrado e do doutorado. Livros produzidos no Brasil, não simplesmente traduzidos.Aliás, a Sociedade Brasileira de Matemática, cuja sede é aqui no <strong>IMPA</strong>, também publica várias obras.Assim, já temos uma literatura bastante abundante produzida no Brasil. Por que isso é importante?A matemática é uma ciência universal, não é que tenhamos nós que fazer uma matemática diferente,não existe matemática diferente. O que acontece é que isso dá uma mostra da vitalidade da produção229

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