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IMPA 50 Anos

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que eu aceitei, de ficar como bolsista; entre 58 e 73 não tive INPS, fundo de pensão, 13 o salário, fériaspagas, nada disso. Tinha uma bolsa, por sinal muito pequena.Depois de terminar o doutorado, o senhor voltou aos Estados Unidos?Várias vezes. Inicialmente por um período curto, em 60, 61, passei um tempo na Universidade da Califórnia,em Berkeley, onde mais tarde eu ficaria um ano como professor visitante; em seguida, em 1963,ganhei uma bolsa Guggenheim e passei um ano em Princeton, no Institute for Advanced Study, ondeestiveram Albert Einstein, John von Neumann e outros. É um instituto que fica na cidade de Princeton,no estado de Nova Jersey, mas não na Universidade — é como se fossem o <strong>IMPA</strong> e a UFRJ; a diferençaé que o Institute for Advanced Study é uma organização particular, embora subsidiada por verbas federais.Nesse Instituto a pessoa fica um ano só fazendo pesquisas; nesse período, publiquei váriostrabalhos. Passei lá um ano maravilhoso como visiting member. O Instituto tem um fantástico corpo depesquisadores em Matemática, outro em História, e agora um em Economia — lá não há aulas, só seminários— e um fabuloso ambiente de trabalho, com uma biblioteca enorme. Há umas cem casas paraos visiting members, onde morei durante aquele ano, participando de seminários e fazendo pesquisas;duas vezes por mês ia a Nova York conversar com Steve Smale, que trabalhava na Universidade deColumbia. Quando terminou o ano, a Fundação Guggenheim renovou minha bolsa por mais 12 meses,o que não é comum. Fui, então, para a Universidade de Columbia e fiquei morando em Nova York;quando meu período estava para terminar, recebi um convite para ficar na Universidade. Tive ofertastambém da Universidade de Massachusetts e, posteriormente, da Universidade de Maryland. Recuseitodas e voltei para o Brasil, mas não para o <strong>IMPA</strong>, porque decidi aceitar um convite da Universidade deBrasília.A experiência da Universidade de BrasíliaO que o fez recusar tantas ofertas tentadoras e aceitar o convite da Universidade de Brasília?Parece loucura, não é? Saí de Nova York em agosto de 1964 e fui para Brasília, cinco meses depois dogolpe militar! Meus colegas americanos diziam: “Você é louco.” Mas eu tinha recebido um telefonemado prof. Zeferino Vaz, que não me conhecia, dizendo: “Tive informação a seu respeito por várias pessoas,em particular o prof. Leopoldo Nachbin, e quero convidá-lo a vir para Brasília. Você sabe quehouve uma revolução no Brasil, mas tenho carta branca para agir e reorganizar a Universidade. Estoutrazendo o Salmerón” — Roberto Salmerón é um destacadíssimo físico brasileiro, atualmente professorda Ecole Polytechnique da França; na época estava no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, naSuíça —; “Jayme Tiomno; para Ciências Jurídicas, Antônio Machado Neto; em Química, Otto Gottlieb;em Música, Cláudio Santoro; em Biologia, Antônio Cordeiro, um grande geneticista.” Começou a citartodos os nomes famosos que iam para lá. Seria uma experiência fantástica! Respondi: “Conte comigo.”99

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