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IMPA 50 Anos

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pela nova Universidade era contagiante. Convenceu-me de que faríamos um grande trabalho: “Vamoscriar aqui uma coisa nova. Vou lhe mostrar o campus da Universidade de Brasília”. Tomamos um carroe fomos ao campus. Era mato, cerrado puro! Havia um monte de máquinas trabalhando, e ele disse:“Dia 21 de abril vamos inaugurar a UnB aqui” — estávamos em início de março de 1962. E inaugurou.As primeiras aulas não foram dadas lá, e sim em salas do Ministério da Saúde. Mas logo as atividadesse passaram para o novo campus. Mas naquela conversa inicial, eu disse ao Darcy: “Vamos ver o quese pode fazer. Tenho um colega em São Paulo, Geraldo Ávila, que também acabou de vir dos EstadosUnidos e trabalha no Instituto de Física Teórica. . . ” Ele me interrompeu: “Podemos contratá-lo”,e acrescentou “a idéia aqui é a seguinte: a UnB vai começar com os cursos de pós-graduação, porquepretendemos formar parte dos quadros”. Ficou também assegurada a concessão de quatro bolsas de monitorna Universidade de Brasília para uns alunos do <strong>IMPA</strong> que estudavam comigo. Em 1962 GeraldoÁvila e eu montamos o primeiro mestrado em Matemática do país. Em 63 e 64, estávamos formandoos primeiros mestres em Matemática. Nesse período, convidamos outros professores para dar cursosde Álgebra e de Geometria, pois Ávila e eu éramos analistas. Assim, vieram Jacy Monteiro e AlexandreMartins Rodrigues, da Universidade de São Paulo; enriquecemos o programa convidando professoresde fora do país. Por exemplo, Jaak Peetre da Suécia, François Trèves da França. Falando da UnB de1962, me vêm as melhores recordações. Creio que sua criação representou uma etapa extremamenteimportante para a universidade brasileira. Veja que Darcy convidou o que havia de melhor no Brasilnas ciências exatas, nas ciências humanas e nas artes para fazer o projeto da nova universidade. Lembroque participei de algumas reuniões para discussão dos estatutos; lá estavam Nachbin, Leite Lopes,Jacques Dannon, Oscar Niemeyer, Vítor Nunes Leal, Ciro dos Anjos. . . O resultado dessa conjunção devalores da intelectualidade brasileira foi uma UnB moderna, sem catedráticos, com grande ênfase napós-graduação. Para aqueles dias, era algo revolucionário. <strong>Anos</strong> depois, a reforma universitária feitano país tentou adotar mais ou menos os mesmos parâmetros da UnB. No final de 63, Geraldo Ávilavoltou para os Estados Unidos, e eu fui conversar com o Darcy sobre a necessidade de contratar novosprofessores, inclusive tentar trazer alguns matemáticos brasileiros que estavam no exterior. Então, fuiaos Estados Unidos para contactar alguns matemáticos. Conversei com Elon Lima, que estava lá naUniversidade de Columbia, e ele aceitou vir para a UnB; de fato, em agosto de 64 ele estava integradona UnB.Nesse meio-tempo, o senhor prestou concurso para livre-docente na Universidade do Brasil?Sim, em 1963, pois a livre-docência não obriga à transferência para a Universidade, é apenas um título;fiz concurso e obtive a livre-docência em Cálculo Infinitesimal na UFRJ. Nesse ano ainda, dei um cursono III Colóquio Brasileiro de Matemática, promovido pelo <strong>IMPA</strong> em Poços de Caldas (MG). Foi umcurso de Equações Diferenciais Parciais, chamado Teoria Clássica do Potencial. Na época, comentou-seque era muito bom que uma atividade nessa área estivesse sendo feita no Brasil. As atividades até então,na área de Análise se concentravam mais em Análise Funcional com Leopoldo Nachbin, Chaim Honig,e outros na Universidade de São Paulo.83

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