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IMPA 50 Anos

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Hoje em dia, é possível estudar economia sem se aprofundar em matemática?A matemática que é necessária é maior hoje do que quando estudei, mas varia muito dependendo doque se quer fazer — história econômica, por exemplo, não utiliza muita matemática. De outro lado, amaioria dos cursos de doutorado são estruturados, tanto nos Estados Unidos como na Europa, comum primeiro ano comum para todo mundo; assim, o historiador econômico precisará estudar algumamatemática. Os alunos brasileiros que têm ido para os principais centros no exterior chegam muitobem preparados em matemática e em economia. Em Princeton, onde dou aulas há dois anos, temosdois alunos que vieram da PUC, tendo feito um ou outro curso no <strong>IMPA</strong>, que estão entre os melhoresalunos de suas respectivas turmas. No Brasil, há diversas instituições que preparam bem os seus alunos,mas entre PUC, EPGE e <strong>IMPA</strong> estão 90% dos alunos admitidos em Chicago, Harvard, MIT, Princetonou Stanford, as universidades americanas de melhor reputação em economia. Atualmente, a USP estápreparando bem também. Em 2001, pela primeira vez em muitos anos a Universidade de Princetonadmitiu um aluno vindo de lá. Há uns três anos, depois de um longo hiato, Chicago também admitiuum aluno da USP. O número de alunos seus que estão indo para as melhores universidades dos EstadosUnidos está aumentando.As viagens ao Brasil nos anos 80Depois da temporada na EPGE o senhor manteve os contatos com Mario Henrique Simonsen?Ficamos bastante amigos. Passei a vir três, quatro vezes por ano ao Brasil e criei uma rotina de almoçarcom o Mario logo nos primeiros dias; nesses encontros eu via o quanto ele tinha lido e como estavaacompanhando tudo. <strong>Anos</strong> mais tarde, aconteceu uma história muito interessante. Em 1987, John Reed,então chief executive officer, CEO, do Citibank, decidiu fazer uma doação e ajudar a construir um institutoem Santa Fé, no Novo México, chamado Santa Fe Institute. O objetivo era reunir o pessoal de física,economia, biologia, sociologia, antropologia, enfim, de todas as ciências e ciência sociais, em torno dessasidéias de complexidade, caos, não linearidade, idéias que eu estava trabalhando em economia enas quais havia pessoas trabalhando nesses outros campos. A figura por trás do Instituto era MurrayGell-Mann, descobridor do quark e Prêmio Nobel de Física. Em 1987, Phillip Anderson, também PrêmioNobel de Física, e Kenneth Arrow, um economista igualmente Prêmio Nobel, foram encarregados dereunir um time de físicos capazes de dialogar com um grupo de economistas abertos ao diálogo comfísicos. Éramos uns sete ou oito em cada grupo, além de Anderson e Arrow. Entre os economistas,estavam também Larry Summers, mais tarde secretário do Tesouro, na época jovem professor em Harvard;Thomas Sargent, um dos criadores da macroeconomia moderna que veio várias vezes ao Brasil;Buzz Brock, de Wisconsin, o italiano Michele Boldrin. Entre os físicos, Per Bak, físico que desenvolviaum trabalho muito interessante sobre sistemas auto-organizados, e o belga David Ruelle, um cérebrofantástico, com quem escrevi um paper durante a reunião. O John Reed deveria ir, representando o Citibank,mas houve uma dessas crises, e mandaram Mario Henrique, que chegou nesse grupo composto177

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