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IMPA 50 Anos

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Não, mas falava inglês e francês; entrei para a Aliança Francesa aos 11 anos e para a Cultura Inglesaaos 12. No <strong>IMPA</strong>, todos os textos eram em inglês ou francês. Não me lembro de nenhum livro emportuguês; no final, houve algumas apostilas, como uma de Elon Lages Lima, que se transformou numlivro conhecido. Mas livro mesmo, em português, não me lembro de nenhum durante o curso.Por que escolheu a Universidade de Rochester, no estado de Nova York?Por sugestão do meu orientador, o prof. Leopoldo Nachbin. No final de 69, antes de fazer o examede qualificação no <strong>IMPA</strong>, já tinha decidido que queria ir para o exterior, apenas não sabia se faria matemáticaou economia. Na verdade, eu sentia, pode ser que falsamente, que aqui no Instituto havia umacerta expectativa de que eu fosse continuar na matemática. Aloisio, por exemplo, tinha deixado a economiae já tinha partido para Berkeley, para fazer um doutorado em Probabilidade. Então, as pessoasque tinham ido antes de mim tinham abandonado a economia e ido fazer alguma coisa séria. Nisso,Nachbin foi muito bom comigo, porque me deu aquele livro de economia matemática, que me interessoumuito. Por coincidência, nessa época ele estava passando um tempo em Rochester e me disse:“Conheço o prof. Lionel McKenzie e posso conseguir que você estude com ele.” Para mim, isso foi umagrande coisa, porque todas as pessoas que iam do Brasil para os Estados Unidos fazer pós-graduaçãoem economia passavam por programas de aperfeiçoamento; em São Paulo havia um, e na FundaçãoGetulio Vargas havia outro, o Centro de Aperfeiçoamento de Economistas, CAE. Era feita uma espéciede triagem. Og Leme, que era ligado à FGV, tinha muita influência em escolher quem ia para onde. Eunão queria fazer isso.O CAE transformou-se depois na EPGE, Escola de Pós-Graduação em Economia, dirigida durante muitos anospor Mario Henrique Simonsen. Ainda era forte a memória de sua passagem pelo <strong>IMPA</strong>?Mario Henrique tinha sido do <strong>IMPA</strong> em 1958, discípulo de Leopoldo Nachbin, que me falou dele. Novamente,não sei se era, nesse sentido, um bom exemplo. A impressão que Leopoldo me deu foi a deque Mario Henrique tinha sido, talvez, o melhor aluno que ele tinha visto no <strong>IMPA</strong>, mas foi para a economiae abandonou a conexão com a matemática. Teve um papel importante na Fundação, mas desdeo início dos anos 70 já estava fazendo uma carreira como homem público. A idéia de uma instituiçãocomo o <strong>IMPA</strong> é sempre de reprodução; os professores querem discípulos que dêem continuidade àinstituição. Nesse sentido, acho que o Leopoldo Nachbin temia que se eu fosse para a economia — nãoque eu tivesse o brilho do Mario Henrique — seria uma perda para o <strong>IMPA</strong>.Nessa época, o <strong>IMPA</strong> já tinha reconhecimento internacional?Não sei se tanto o <strong>IMPA</strong>, mas certamente vários de seus professores já tinham. E as cartas de recomendaçãosão individuais. Nos Estados Unidos — agora já estou acostumado com o sistema americanoe o entendo bem — é mais importante a carta escrita sobre você para um programa de admissão doque a instituição da qual você vem. Assim, se eu fosse fortemente recomendado por professores do169

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