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IMPA 50 Anos

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Estudantes brasileiros?Não, estrangeiros em sua maioria: americanos, um irlandês, um coreano. Todos eram alunos de Rochester,que passavam seis meses aqui com bolsa do governo brasileiro, faziam a tese e depois voltavampara defender em Rochester; ou seja, não constava como tese no Brasil. Mas aí começaram a retornarao <strong>IMPA</strong> outros matemáticos brasileiros, como Jacob Palis, Manfredo do Carmo, Djairo Figueiredo, que,junto comigo, começaram a desenvolver uma atividade matemática em outro padrão, bem diferentedaquela que o Nachbin fazia com seus alunos brasileiros. A situação foi evoluindo no sentido de umapolarização: Leopoldo, um ótimo matemático, com alunos brasileiros fracos; do outro lado, Mauricio,Jacob, Manfredo, Djairo e eu, que desenvolvíamos atividades buscando sempre as melhores pessoas efazendo pesquisa de bom nível. Como o outro grupo me escolhera para alvo principal de seus ataques,decidi aceitar o convite do padre Amaral, vice-reitor da PUC do Rio, para organizar a pós-graduação emMatemática; pedi licença do <strong>IMPA</strong> e passei o primeiro semestre de 1969 na PUC. Impus como condiçãoreorganizar também a graduação, pré-requisito para se fazer uma boa pós-graduação. Recebi cartabranca do padre Amaral e montei acampamento na PUC. Tive alunos extraordinários, todos eles matemáticoshoje: Jair Koiller, Dan Marchesin, Israel Vainsencher, Abramo Hefez e outros.Sua saída temporária do <strong>IMPA</strong> pacificou o ambiente?Não. A polarização continuou, criando uma situação delicadíssima para o diretor, Lindolpho de CarvalhoDias, que preferiu afastar-se do <strong>IMPA</strong>. Aí me chamaram para voltar e assumir a direção do Instituto;foi a primeira vez que dirigi o <strong>IMPA</strong>. Pedi demissão da PUC e recebi uma carta maravilhosa do reitor;meus colegas disseram que dali em diante eu passaria a assinar Elon Lages Lima, S.J.Com sua volta, a crise se agravou?Ficou mais séria ainda.A disputa chegou ao CTC do <strong>IMPA</strong>?Sim, pois em determinado momento Nachbin levou ao CTC a proposta de transformar em pesquisadordo Instituto um aluno seu sem maiores qualificações. O Conselho era pequeno, tinha umas dez pessoas,mas a correlação de forças era favorável a ele, porque dois professores de São Paulo — Chaim Hönig,grande amigo meu, pessoa que admiro muito, e Cândido Lima da Silva Dias, primo do Lindolpho —adotaram a seguinte posição: “Se Nachbin é pesquisador titular do <strong>IMPA</strong> e indica alguém, é porqueconhece seu trabalho e tem confiança nele; portanto, voto a favor.” Acontece que existia no <strong>IMPA</strong> umadecisão registrada em ata, determinando que uma proposta de professor não podia ser aprovada namesma sessão em que fosse apresentada, e a sessão seguinte do CTC demoraria alguns meses. Issome deu tempo para verificar que os mandatos do Cândido Lima da Silva Dias e do Mauricio Peixotose encerrariam nesse intervalo. Fui ao presidente do CNPq, Antônio Moreira Couceiro, e expliquei102

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