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IMPA 50 Anos

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estava fazendo um curso com ele em Variáveis Complexas, um curso avançado, e ele me disse: “Agoravocê tem que aprender isso, mais isso e aquilo.” Finalmente, eu fiz um curso de Cálculo, que deveriater feito no científico. Além dele, Manfredo Perdigão do Carmo também foi muito importante nesseestágio; os dois me consertaram. Justamente para abrigar seu crescimento, em 67 o <strong>IMPA</strong> mudou suasinstalações para a rua Luís de Camões, no Centro. Com a transferência definitiva da Faculdade Nacionalde Engenharia para a ilha do Fundão, o Instituto ocupou suas instalações. Todos nós nos mudamos paralá, um espaço sensivelmente maior.O senhor era o mais jovem da turma, quando ingressou?Era. Sempre tive uma cara muito jovem; então, tinha 18 anos, mas parecia ter 15. Assistia aos cursos misturadocom alunos que estavam realmente fazendo mestrado e outros ainda na faculdade. Nesse grupohavia, além de mim e do Aloisio, Rubem Klein, que esteve aqui como professor, e o Sérgio Bragança.Lembro ainda de uma ou duas alunas, que seguiam o mestrado regular, e alguns alunos que tinhamvindo da Universidade de Brasília.O curso do <strong>IMPA</strong> era gratuito?Sim. Mas depois de alguns meses, o prof. Leopoldo Nachbin me chamou e disse que estava recomendandomeu nome para receber uma bolsa de iniciação científica oferecida pelo Conselho Nacional dePesquisas. Foi aí que começamos a conversar bastante, e ele se tornou oficialmente meu orientador. Comeceia receber a bolsa em 1967, e para mim era muito dinheiro. Eu nem sabia que essas coisas existiam.O mais interessante é que meu pai era médico, tinha sido militante de esquerda na juventude, portantohavia um clima intelectual muito forte na família, muita discussão sobre política e economia. Mas aidéia que eu tinha de um professor de faculdade era a dos professores da Faculdade de Medicina. Meupai, por exemplo, não era professor, mas tinha uma posição na Universidade e lá ele atendia pacientesgratuitamente; vivia de sua clínica particular. Ou seja, eu achava que magistério universitário não eraprofissão. Na UFRJ não havia sala para professor; havia a sala dos professores, mas não havia professorescom sala individual, trabalhando lá o dia inteiro. No <strong>IMPA</strong> fui descobrindo um mundo novo, compessoas que trabalhavam o dia inteiro em seus gabinetes, um lugar em que era possível ter uma bolsade estudos. . . Eu não fazia idéia de que esse mundo existia.E tudo isso numa instituição absolutamente informal?Exatamente, sem a rigidez dos cursos seriados da faculdade. Assim, a partir de 67 recebi a bolsa e, comoera tudo muito informal, pessoas como o Aloisio e eu, estudantes de graduação, éramos oficialmentealunos de iniciação científica e fazíamos cursos em nível de mestrado. Comecei o curso pelas regrasque regeram o mestrado do Aloisio e terminei por novas regras — como tudo no Brasil, em que devez em quando fazem uma reforma. Fiz o mestrado ao mesmo tempo que a faculdade de economia;alguns meses depois de formado na graduação, tive que fazer um exame geral, semelhante ao exame dequalificação dos Estados Unidos, em que caíam todas as matérias do mestrado.167

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