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IMPA 50 Anos

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a controvérsias, por causa da PUC, e não aceitei; aí o governo ofereceu um terreno na Barra da Tijuca,perto do Recreio dos Bandeirantes. Pior ainda: longe do correio, dos bancos, sem água, luz nem telefone,na época. Também não aceitei. Quando reassumiu a direção do Instituto, Lindolpho atacou o problemacom muito mais eficiência. E também as coisas mudaram, porque Mario Henrique Simonsen foi para oMinistério do Planejamento e ajudou a dar os recursos necessários. Do modo que a construção do prédionão foi uma iniciativa, mas foi uma realização do Lindolpho. Todos nós demos palpite, porque o projetoinicial tinha algumas extravagâncias de arquiteto, que tivemos que podar. Com aquele espírito de mineirodo interior, o Lindolpho visitava construções, indagava, sabia das coisas. Concluindo, os méritosda construção da sede do <strong>IMPA</strong> devem-se, primeiro, à presença de Mario Henrique no Ministériodo Planejamento e depois, mas também de grande importância, à atuação decidida de Lindolpho deCarvalho Dias.Em 1979, como vimos, o senhor assume novamente a direção do <strong>IMPA</strong>.Aí foi só um ano, entre 1979 e 1980, enquanto o Lindolpho exercia a vice-presidência do CNPq. Semprefui diretor do <strong>IMPA</strong> apesar de mim mesmo. Nunca tive realmente vocação para o cargo. Tão logo oLindolpho voltou, virei vice-diretor. Apenas, em 1980, foi ele quem pediu para voltar. E eu disse debom grado: “Lindolpho, nada me fará mais feliz do que entregar a direção do <strong>IMPA</strong> a você. Só nãoquero que seja imediatamente, porque todo mundo vai pensar que sou seu “regra três”, e eu não sou.Faça uma viagem, fique uns meses fora, e depois eu passo com calma a direção para você.” Dito e feito:ele viajou por algum tempo, depois voltou e recebeu a direção do <strong>IMPA</strong>.Não havia outro nome? Por que essa falta de oxigenação na direção do <strong>IMPA</strong>?Não havia outra alternativa. Jacob Palis, por exemplo, tinha todas as qualidades mas, na época não tinhainteresse em cargo de direção porque estava 100% envolvido com a pesquisa, o ensino. O que aconteceé que o <strong>IMPA</strong> é muito pequeno, tem pouca gente. Lindolpho levava uma grande vantagem: não erapesquisador, por isso dispunha de mais tempo. Segundo, a maioria dos meus colegas matemáticos sãopessoas incapazes de assumir um cargo de direção, com alta dose de encargos administrativos; suaspreocupações não estão no dia-a-dia. Eles não conhecem certas rotinas, a convivência política, a relaçãocom os ministérios e coisas desse tipo. Jacob e César Camacho são dois casos raros; Jonas é outro.Hoje, se vocês me pedissem para indicar outro nome capaz de dirigir o <strong>IMPA</strong>, além desses, eu teriadificuldade. Posso até estar cometendo alguma injustiça, mas acho que há muito poucos. O próprioMauricio — agora está aposentado há tempos — não gosta de administrar, tanto que foi para o CNPq elevou o Lindolpho. Manfredo do Carmo, outro matemático senior, não tem condição nem vontade. Nomeu caso, eu tinha condição mas não tinha vontade. . . Mas Jacob não, esse tem muita condição e muitavontade; então, está ótimo. Não há muitas opções no <strong>IMPA</strong> para diretor.112

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