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IMPA 50 Anos

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Cheguei ao <strong>IMPA</strong> em janeiro de 1970 com o firme propósito de participar dos seminários de SistemasDinâmicos que teriam início em Março daquele mesmo ano. Para tanto, decidi me preparar fazendo trêscursos no período de verão: Análise no R n , Variedades Diferenciáveis e Teoria da Medida. Essa atividadedeu-me muito trabalho; em compensação, muita autoconfiança. No final desse período, comeceia estudar o primeiro artigo que seria exposto no seminário: um trabalho do Jacob sobre a linearizaçãolocal dos sistemas dinâmicos em espaços de Banach. Na primeira leitura, não entendi absolutamentenada, pois nunca havia estudado Análise Funcional. Aproveitei as duas semanas entre o período deverão e o seguinte para estudar Análise Funcional e Equações Diferenciais Ordinárias. Nessas duassemanas consegui aprender uma quantidade enorme de matemática lendo os dois livros de Análise doLang. No final, já conseguia entender muito bem o primeiro artigo do seminário.Daí em diante as dificuldades foram cada vez menores. O Elon, Jacob e Manfredo então me autorizarama iniciar o programa de Doutorado sem completar o mestrado. Escolhi como orientador o Jacob. Continueifazendo alguns cursos básicos como Variável Complexa e Topologia Algébrica, mas de fato, foi noscorredores do <strong>IMPA</strong> onde adquiri a maior parte de meus conhecimentos de matemática, na época. Discutindocom colegas de doutorado, tais como Rubens Leão de Andrade, aprendi geometria diferencial.O Alberto Verjovsky, aluno de doutorado da Universidade de Brown, mas que fez sua tese no <strong>IMPA</strong>,conversava comigo sobre vários tópicos de topologia diferencial tais como: a teoria de Morse, as esferasexóticas de Milnor e o teorema de H-cobordismo do Smale.Apesar de todo esse entusiasmo, tínhamos, como alunos de doutorado, algumas dúvidas sobre o programa.Constatávamos que vários professores do <strong>IMPA</strong> tinham feito trabalhos de pesquisas bastanterelevantes, todavia, executados em estágios no exterior. Não havia, a nosso ver, experiência de pesquisaefetuada somente no país. Felizmente, as dúvidas se dissiparam rapidamente com o entusiasmotransmitido pelos pesquisadores do <strong>IMPA</strong>.O ambiente era extremamente estimulante. Vários jovens pesquisadores visitavam o <strong>IMPA</strong> por umlongo período: Clark Robinson (1 ano), Sheldon Newhouse (2 anos), Blaine Lawson (sete meses). Noinício de 1971 concluí meu exame de qualificação e iniciei o trabalho de tese. Naquele primeiro semestrede 71 tive a oportunidade de discutir meu problema de tese com matemáticos que estavam passandoalgum tempo no <strong>IMPA</strong> antes do Congresso que menciono um pouco mais adiante, tais como W. Williams,C. Pugh e M. Shub. Todos os “personagens”, cujas idéias tínhamos discutido durante o Seminário,iam chegando um a um. Lembro-me muito bem de quando encontrei pela primeira vez o maior deles:Steve Smale. Ele estava perdido nos corredores do <strong>IMPA</strong> carregando suas malas. Ao me ver, apresentou.se. Surpreendi-me, pois não imaginava que o semideus dos Sistemas Dinâmicos pudesse ser aindatão jovem — tinha apenas 41 anos e aparentava ainda menos.302

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