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IMPA 50 Anos

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Indiretamente sim, através do Lélio, que era do Conselho Deliberativo do CNPq, e do Cândido Lima daSilva Dias, da USP, que era o diretor do Setor de Pesquisas Matemáticas. Formalmente, a proposta paraa criação do <strong>IMPA</strong> partiu de um ofício do Cândido ao almirante Álvaro Alberto, presidente do CNPq.Contribuiu também para a gênese do <strong>IMPA</strong> um outro fato. Leopoldo voltou dos Estados Unidos unsseis meses depois que eu e começou a se preparar para fazer o concurso para a cátedra na Faculdadede Filosofia. Mas o concurso encruou, não saía de jeito nenhum, e isso foi muito importante para acriação do <strong>IMPA</strong>, pois era preciso encontrar um lugar para o Leopoldo que, na ocasião, era de longeo melhor matemático brasileiro. Foi isso. Nesse clima, surgiu a idéia do <strong>IMPA</strong>, no fundo procurandoreunir aquelas aspirações da época do núcleo de matemática da Fundação Getulio Vargas, tanto que oLélio foi o primeiro diretor do <strong>IMPA</strong> e o dirigiu por 13 anos.E com o tempo surgiram estudos marcantes. O seu Teorema de Peixoto foi um marco na matemática no Brasil eno mundo. O senhor poderia falar um pouco sobre ele?Meu trabalho está no começo da Teoria de Sistemas Dinâmicos, bem no começo. Comecei a pensarnessas coisas nuns seminários que promovíamos aos sábados na Escola de Engenharia, desde o inícioda década de <strong>50</strong> — Mario Henrique Simonsen, Djairo Guedes de Figueiredo e Lindolpho de CarvalhoDias, participaram de muitos desses seminários. Leopoldo esteve numa reunião no México com SolomonLefschetz e lhe disse que havia um brasileiro interessado em certos tipos de equações diferenciais.Assim, fui para Princeton em 1957 e já encontrei o prof. Lefschetz interessado no meu trabalho. Eu tinhafeito uma demonstração inicial do teorema em 1957 e cheguei nos Estados Unidos com o negóciomuito adiantado e idéias bastante claras. Afinal, eu já vinha estudando equações diferenciais e sistemasdinâmicos há algum tempo — estabilidade estrutural era a palavra-chave para isso. Os Colóquios bianuaisdo <strong>IMPA</strong> também foram um bom espaço de discussão. No de 57, em Poços de Caldas, veio o prof.Georges Reeb, com quem tive bastante contato na época; redigi um curso que ele deu no Colóquio.Em Princeton, o senhor teve contato com o prof. Solomon Lefschetz e logo depois com o prof. Steve Smale. Elescontribuíram com alguma discussão?Sim, discutimos bastante. Nessa época, Lefschetz já era um matemático consagrado, estava aposentado.Mesmo assim Lefschetz foi a pessoa que mais influenciou minha carreira de matemático. Smale é maisnovo do que eu, e eu o conheci depois, em 1958. Fiquei dois anos nos Estados Unidos; 1957 passei emPrinceton e 1958 em Baltimore, mas ia freqüentemente a Princeton para falar com o Smale, que tinhaacabado de chegar lá.O teorema conhecido como Peixoto & Peixoto o senhor formulou com Marília?Sim, em 1959, 1960. A influência de Marília foi muito grande durante esses “anos dourados”. Em 1959publiquei um trabalho no Annals of Mathematics, e nesse mesmo ano outro com Marília nos Anais daAcademia Brasileira de Ciências. Em 1962 apareceu outro trabalho meu no Topology; esses três trabalhos éque deram o teorema, no total. Marília faleceu em janeiro de 1961.244

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