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IMPA 50 Anos

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acabou não funcionando na prática, porque terminei mesmo me relacionando mais com um geômetraalgébrico de Brandeis, muito conhecido àquela altura, que era o H. Matsusaka — dessa interação resultouuma visita dele de seis meses ao <strong>IMPA</strong>, quando eu já estava de volta ao Brasil.De volta ao <strong>IMPA</strong>Assim, ao retornar ao Brasil em 1973, o senhor passou a integrar os quadros do <strong>IMPA</strong> como pesquisador assistente?Esse é um ponto interessante, porque minha memória falha um pouco; não tenho certeza do arranjo feitocom o <strong>IMPA</strong> em termos de vínculo, não sei qual era a figura usada pelo Lindolpho para me contratar.Sei que passei a pesquisador-assistente rapidamente, senão automaticamente.O senhor ficou no <strong>IMPA</strong> em regime de dedicação integral?Sim, dando aula de várias disciplinas elementares. Eu me sinto como tendo feito parte de uma geraçãoque estava preparando o que deveria ser o essencial em certas disciplinas a serem ensinadas a partirdali. Lembro que em uma das ocasiões dei um curso de verão de Introdução à Álgebra e tive mais de120 alunos. Como não cabiam todos na sala de aula, alguns assistiam do corredor. Isso é para dar umaidéia do interesse. . . O <strong>IMPA</strong> já era um centro de excelência em matemática, no início dos anos 70.Qual era o perfil do alunado?Bastante variado porque, como o <strong>IMPA</strong> era uma das poucas instituições em que havia mestrado e doutoradojá funcionando a plena carga, existia uma convergência extraordinária de estudantes de todasas partes do Brasil. Lembro bem de um exército de alunos que vinham do Ceará, de Pernambuco; deSão Paulo tínhamos números incríveis — havia professores de universidades paulistas que sistematicamentemandavam todos os seus alunos para o <strong>IMPA</strong>. E lembro de muitos estrangeiros também, comoo uruguaio Ricardo Mañê, já falecido, que foi meu companheiro de sala na época em que eu já era professorno <strong>IMPA</strong> e ele ainda estava fazendo a tese de doutorado. Certamente, entre os estrangeiros, apredominância era de latino-americanos.E professores estrangeiros, havia alguns?Certamente. Camacho e Sotomayor eram peruanos; Pedro Fernandez era argentino. Agora, o quepraticamente não havia era professora mulher, brasileira ou estrangeira. Alunas já tinha mais, inclusiveeu próprio cheguei a ter uma orientanda. Mas professoras, pesquisadoras, muito pouco. Hoje istoestá mudando radicalmente, e a presença feminina cresceu expressivamente, inclusive na área científicateórica, embora o <strong>IMPA</strong> ainda conte com apenas uma professora, Maria Eulália Vares. Talvez hajauma explicação sociológica: com todas as amarras de ordem prática na sua vida, a mulher terminavatomando decisões de caráter ligeiramente diferente, que a impediam de chegar à otimização máxima24

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