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IMPA 50 Anos

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<strong>IMPA</strong>, eu teria o ingresso mais ou menos garantido em um bom departamento de matemática. Agora,em economia era outro jogo; se chegasse uma carta de um professor do <strong>IMPA</strong> a um departamento deeconomia, ela seria praticamente ignorada.O doutorado na Universidade de RochesterQuando o senhor foi para os Estados Unidos?Em agosto de 1970. Enviei a documentação ainda em dezembro de 1969 e fui admitido, mas a escolasó começaria em setembro do ano seguinte. Antes de fazer os exames de qualificação do mestrado,casei-me — estou casado até hoje — até porque já sabia que ia para os Estados Unidos. Como no <strong>IMPA</strong>tudo era muito informal, não havia histórico escolar. Juntei à documentação o meu diploma de bacharelem economia e uma folha datilografada à máquina, onde escrevi os nomes dos cursos e as respectivasnotas, dizendo: “Fiz os seguintes cursos no <strong>IMPA</strong>, Instituto de Matemática Pura e Aplicada.”O senhor nunca teve a menor dúvida de que os Estados Unidos eram o país certo para fazer seu doutorado?Não, até porque aqui no <strong>IMPA</strong> todo mundo ia para os Estados Unidos nessa época. Leopoldo conheciagente na França, mas tinha passado vários anos nos Estados Unidos onde tinha ligações fortes. MauricioPeixoto tinha passado também vários anos nos Estados Unidos. E também os mais novos, como ElonLima, que fez o doutorado em Chicago; Sílvio Machado, João Bosco Prolla e Djairo Figueiredo, entreoutros, tinham estudado no Courant Institute of Mathematical Sciences (New York University). Então,todo mundo tinha doutorado americano; não se colocava a hipótese de ir para outro lugar. Quandocheguei aos Estados Unidos, verifiquei que sabia muito pouco de economia, mas ao mesmo temposabia muito mais matemática do que qualquer colega meu no curso. De certa forma, essa foi minhacompensação. Se por algum milagre eu tivesse conseguido ir para os Estados Unidos só com a economiaque sabia, tenho certeza de que teria sido reprovado no qualifying. Ia passar algum tempo lá, e eles memandariam de volta. Mas Rochester era um lugar onde eu sabia que existia uma pessoa com quem euqueria trabalhar. Era um programa pequeno, em que não só consegui usar bastante a matemática queaprendi, mas fiz um doutorado bastante rápido, em dois anos e meio; o diploma só veio um ano e meiodepois por questões burocráticas, mas os cursos, os exames e a pesquisa da tese eu terminei em doisanos e meio. E isso tudo foi por causa do meu preparo no <strong>IMPA</strong>. Como é normal no Estados Unidos,fiz um mestrado embutido no doutorado. Não redigi nenhuma dissertação de mestrado, mas fiz umsecond year paper, trabalho de segundo ano, uma exigência do doutorado; tudo era direcionado para odoutorado.O senhor chegou a fazer pós-doutorado nos Estados Unidos?Sim, em 1973 e 1974. Por volta de dezembro de 72, eu estava no começo do terceiro ano de doutorado etinha concluído uma parte da tese. Estava com muita pressa. Quando entreguei o que tinha escrito, meu170

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