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IMPA 50 Anos

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A pós-graduação no <strong>IMPA</strong>Durante os anos 70 o senhor desenvolveu intensa atividade de ensino e de orientação de alunos. Como foi aexperiência?Excelente. Gosto muito de dar aula. Como havia essa preocupação de criar uma matemática nacional,era preciso ter alunos que fizessem teses, trabalhos de pesquisa aqui no Brasil, com problemas tiradosdaqui — não problemas nacionais, problemas de matemática geral, internacional, mas que fossem feitosaqui. E para isso era preciso também escrever notas, porque a literatura técnica sobre o assunto estáespalhada e nem sempre de maneira adequada. Assim, dei vários cursos, escrevi vários livros, váriasnotas. Mas é preciso gostar de dar aula, e foi o que eu fiz, intensamente: dei cursos básicos, seminários,muitas aulas.Como era o processo de seleção dos alunos da pós-graduação?Muito parecido com o modelo americano: cartas de recomendação e análise do currículo. Uma vezaceito, o Departamento de Ensino lhe indica um orientador — em caso de não se entender bem como orientador, o aluno poderia recorrer à Comissão de Ensino e pedir para trocar. Inicialmente, todosvinham para o mestrado, depois é que passavam para o doutorado. No mestrado, a idéia era dar umaformação básica, formar professores para a universidade. Ainda não havia especialização; era precisoaprender um certo número de coisas fundamentais, para poder ser capaz de dar qualquer curso nauniversidade. Queríamos acabar com essa história de ter um professor de Cálculo ou de GeometriaAnalítica; queríamos formar professores de ensino universitário, capazes de dar qualquer curso. Parareceber o título de mestre havia um exame de fim de curso — mais tarde é que se instituiu a dissertação.Havia uma prova de Álgebra, uma de Análise e uma de Geometria, feitas em uma semana; provasescritas, contendo um grande número de perguntas, com tempo limitado. Alguns não conseguiam. Oexame era bem duro, mais ou menos baseado no modelo americano. Em Berkeley, minhas provas foramorais, mas em Chicago o Elon passou por exame escrito.O <strong>IMPA</strong> acolhia alunos com graduação em engenharia?Sim, o campo era matemática e ciências afins; o candidato tinha que ter feito curso de Cálculo. No verão,oferecíamos cursos de iniciação científica, que serviam como uma espécie de nivelamento, aproveitandoprofessores de fora para fazer seminários. Pegávamos um estudante sobre o qual não tínhamos muitacerteza e condicionávamos sua entrada no <strong>IMPA</strong> ao desempenho nos cursos de verão. Caso se saíssebem, receberia a bolsa em março; caso contrário, não seria aceito. No início, eram os próprios alunos domestrado que compunham a maioria dos doutorandos; aqueles que se saíam bem no exame final eramaceitos para o doutorado — em casos muito excepcionais, podiam dispensar o mestrado, mas era assimum em cem. Quando iam para o doutorado, já podiam escolher uma área específica, portanto podiamescolher também outro orientador.217

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