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IMPA 50 Anos

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Nacional de Pesquisas. Na Praia Vermelha havia uma instituição — ainda está lá até hoje — chamadaCentro Brasileiro de Pesquisas Físicas, uma instituição privada, na época. Embora recebesse auxílio dogoverno federal, era uma sociedade civil, criada em torno da pessoa e do prestígio do prof. Cesar Lattes,que tinha feito uma extraordinária descoberta. Ele era bastante jovem e naquela época a Física tinhaum prestígio ainda maior do que o que a Biologia tem hoje, por causa da energia nuclear. No CBPF,havia um grupo de matemáticos: os professores Mauricio Peixoto e Leopoldo Nachbin e a profa. MariaLaura Mousinho. Em função do prestígio de Cesar Lattes e da figura do almirante Álvaro Alberto, tinhasido criado o CNPq, em 15 de janeiro de 1951, pelo presidente Eurico Dutra. O CNPq tinha o Setor deMatemática, Setor de Física, Setor de Química etc. O diretor do Setor de Matemática era o prof. CândidoLima da Silva Dias, recentemente falecido, que escreveu um relatório recomendando a criação de uminstituto de Matemática no Rio de Janeiro. Acontece que os dois melhores matemáticos do Rio, MauricioPeixoto e Leopoldo Nachbin, embora pertencessem à Universidade do Brasil, não tinham lá dentro umbom ambiente de trabalho e eram hostilizados por alguns medalhões já estabelecidos, principalmenteo prof. Leopoldo Nachbin, cujo temperamento se prestava mais a esse tipo de reação. Na Faculdadede Filosofia, Ciências e Letras, sobretudo, não havia um ambiente favorável ao desenvolvimento depesquisa em Matemática. Como uma forma de contornar as dificuldades, foi criado esse instituto noâmbito do CNPq.Como o senhor conheceu o prof. Nachbin?Na Faculdade, onde eu só comparecia para fazer provas. O contato maior era no CBPF, onde o prof. Leopoldoe o prof. Mauricio tinham sob orientação alguns jovens do Rio e de outros estados do Brasil queestagiavam no Centro para aprender mais Matemática. A forma que eles utilizavam era a de seminário;não davam cursos. Eles escolhiam um livro, que os alunos deveriam estudar e depois expor em seminário;eles assistiam, naturalmente, e orientavam, davam opiniões. Havia alunos de Belo Horizonte,daqui do Rio, do Nordeste. Era uma vida dura. Só melhorou um pouco depois que o professor LuísFreire, físico pernambucano que era membro do Conselho Deliberativo do CNPq, trouxe um grupo deestudantes da Escola de Engenharia do Recife para estudar Física no CBPF com uma bolsa especial, queera o dobro da minha. Ao saber disso, contei ao prof. Nachbin, e ele pediu ao CNPq que equiparasseminha bolsa à daqueles estudantes, o que foi feito.Onde o senhor morava?Como não tinha família no Rio, alugava um quarto na casa de uma viúva na rua General Severiano,em Botafogo. A rua tem uma peculiaridade interessante: de um lado ela se chama General Severianoe do outro, Venceslau Brás; havia um pequeno quarteirão no meio, que foi destruído. Então, era sóatravessar a rua, e do outro lado ficava o CBPF, atrás de onde hoje está o Hospital Pinel. Comecei a fazeresses seminários com o prof. Leopoldo Nachbin quando, em outubro, lembro bem que ele contou, emconjunto com o prof. Lélio Gama, o prof. Mauricio Peixoto e o prof. Cândido da Silva Dias, que o CNPq93

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