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IMPA 50 Anos

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O senhor também trabalhou num projeto no McKinsey Global Institute?Sim, esse foi um projeto diferente. No começo da década de 90, havia uma grande euforia sobre o Japão,e a McKinsey comparou detalhadamente as economias japonesa e americana. Surpreendentemente,concluiu que havia muitas qualidades na economia americana que estavam ausentes da economia japonesae que deveriam ficar mais aparentes no futuro. Evidentemente, após a virada dos anos 90, essapesquisa adquiriu uma aura de premonição. Então, eles decidiram fazer essa comparação para outrospaíses, usando a mesma metodologia. A grande curiosidade, na época, era uma comparação entre Brasile Coréia do Sul. A tradição da McKinsey era fazer o trabalho e levá-lo à discussão em um board, aindadurante o processo de elaboração. Convidam um economista de uma instituição americana e um oudois de instituições locais. Eu fui o “americano” no board do projeto do Brasil. Eles fizeram um trabalhomuito interessante sobre o país, cuja versão popular foi redigida pela jornalista Miriam Leitão, há unstrês anos. Com esse trabalho, aprendi bastante sobre o Brasil. Sempre fui muito curioso sobre o país,mas para mim foi uma época crucial porque a McKinsey estava fazendo descobertas muito importantessobre a economia brasileira. Por exemplo, foram os primeiros a descobrir como o setor informal no Brasilé muito ineficiente — essa acho que foi uma grande revelação. O estudo influenciou minha maneirade pensar sobre o Brasil e sobre o que o país precisa fazer para retomar o crescimento. Agora, todos essestrabalhos para mim são secundários; faço por três dias e volto. Há gente que divide seu tempo entrea academia e a vida no mundo dos negócios, das finanças, mas eu não quero fazer isso. Quando saí daGoldman Sachs, decidi que, se fosse dedicar uma grande fração do meu tempo pensando em problemasde bancos e de consultorias, afetaria a qualidade do meu trabalho acadêmico. Aí, eu teria preferido ficarfull time na Goldman Sachs, ganhando muito mais dinheiro. A vida acadêmica é muito absorvente.O senhor é um acadêmico.Sou um acadêmico, meu trabalho é acadêmico, passo a maior parte do tempo pensando em coisasacadêmicas. Penso muito em problemas econômicos do dia-a-dia, para motivar minha pesquisa acadêmica— isso é uma coisa que herdei de Chicago. Assim, minha pesquisa é constantemente motivadapor questões bastante práticas. Sou muito curioso sobre questões de economia e por isto trabalhei emcampos diversos, como economia urbana, finanças, comércio internacional, organização da indústria,crescimento econômico e macroeconomia. Muitas vezes, estou tentando construir uma metodologiapara pensar o problema, mais do que resolvê-lo; neste caso o meu trabalho é muito mais o de criarmetodologias que eu espero que outros pesquisadores utilizem.Sabemos que o senhor participa de um número muito grande de revistas, não só americanas, mas também européias.O que isto exige em termos de tempo?Varia muito, porque vai mudando junto com a carreira. Quando se é mais jovem, trabalha-se principalmentecomo parecerista, o que demanda bastante tempo. Depois você começa a fazer parte de conselhoseditoriais, o que em geral toma menos tempo. O que me deu mais trabalho foi ser editor do Journal of180

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