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IMPA 50 Anos

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conhecimento de economia. A USP recebia muitos doutores recém-chegados do exterior, que eramimediatamente convidados a ocupar posições no governo federal, na equipe do ministro Delfim Neto,ou no governo estadual. Ou, pior ainda, em consultorias. Esse era o drama da economia no Brasil:muita gente era enviada para o exterior, mas na volta o mercado financeiro pagava mais. Na PUC doRio acontecia a mesma coisa. Era a tônica dos anos 80.Qual era a diferença entre seus alunos da EPGE e os do <strong>IMPA</strong>?Quando saiu do governo e voltou para a direção da EPGE, o Simonsen inscreveu a Escola na Anpec, aAssociação dos Centros de Pós-Graduação em Economia, que seleciona os alunos para a pós-graduação.Para a EPGE passaram a ir alunos de engenharia que tinham a ambição de trabalhar mais profissionalmentena economia; entravam para o mestrado, obtinham uma excelente formação e se dirigiam aomercado de trabalho. Entre 80% e 90% iam para o mercado; o restante ficava para fazer o doutorado.Muitos terminavam o doutorado e também iam para o mercado e se tornavam influentes na vida nacional.Já no <strong>IMPA</strong> os alunos eram geralmente matemáticos puros, que não tinham interesses amplos emeconomia; vinham muito mais da matemática, e passar para a economia matemática já era um grandepasso em direção à aplicação. Então, era um público diferente; era um grupo reduzido, de três, quatroalunos de mestrado por ano. Alguns vinham da engenharia, mas a maioria era matemática; desses, umpor ano ia para o doutorado. Não era uma competição. O <strong>IMPA</strong> nunca entrou na Anpec, e a pesquisaque eu fazia era muito associada à matemática pura, embora sempre tenha gostado muito de economiamais corrente. No <strong>IMPA</strong> eu tinha um interesse aplicado, mas num sentido matemático; eram muitoabstratas as coisas em que eu estava interessado, como Equilíbrio Geral Abstrato, que tinha uma boa sinergiacom a matemática no <strong>IMPA</strong>. Conversava com alguns colegas de Análise Funcional, de SistemasDinâmicos, fiz alguns trabalhos nessas áreas. Enquanto isso, a EPGE tinha um interesse muito forte eminflação, macroeconomia, que eram os grandes temas em que o Simonsen trabalhava. Era o interessedos alunos, era o preparo que eles tinham, que era altamente teórico em relação ao resto do Brasil, maseram focados em problemas correntes: indexação, inflação, inércia inflacionária. . . Foram as teses doDaniel Dantas, da Maria Sílvia, do Gustavo Loyola, do Luiz Guilherme Schymura, do Renato Frageli ede outros que fizeram tese nessa época. Tive alunos que trabalharam em economia internacional, tiveuns quatro estudantes de doutorado que estão trabalhando em bancos, como Gyogi Vargas, CiprianoFeijó, Tomás Brizola; Hélio Mori, que não chegou a concluir o doutorado, mas teve uma função importanteno FMI, até há pouco era o assessor do Kafka; hoje é assessor do Armínio Fraga, faz toda aconexão com o FMI, é extremamente capaz. Isso é só para vocês terem uma idéia; são pessoas que têmuma interface importante no país. Marcelo Serfaty, que está no mercado financeiro; Isabela Münch, queestá na Bolsa de Futuros em São Paulo, fez doutorado em economia internacional comigo. Tive tambémcomo alunos René Garcia Júnior, Luiz Schymura e o Afonso Arinos Neto, todos exercendo atualmentefunções administrativas importantes. O que quero dizer é que não adiantava chegar para estudantesque tinham esse tipo de interesse e dizer: “Agora vamos trabalhar em Análise Funcional Aplicada.” O12

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