12.07.2015 Views

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Mas os Colóquios eram a grande reunião científica. Havia cursos, que cheguei a fazer; e eu mesmoescrevi dois livros para um Colóquio, que ajudaram a formar muitos alunos, um de introdução à economiamatemática, em 1982, e outro de economia dinâmica, em 1995. Essa era uma tarefa comum; paradifundir suas áreas, os matemáticos escreviam livros-texto avançados, em português, que facilitavam adisseminação daquele campo do conhecimento.Nessa época o <strong>IMPA</strong> já atraía pesquisadores internacionais para os Colóquios?Muito precocemente o <strong>IMPA</strong> teve contato com o alto nível matemático. Desde sua fundação, praticamente,vinham matemáticos fabulosos ao Brasil, como Laurent Schwartz, por exemplo, grande matemáticofrancês que deu uma palestra quando eu ainda era aluno. Steve Smale fez boa parte de seutrabalho científico no <strong>IMPA</strong>, “nas areias de Copacabana”, como ele conta. Mesmo na economia, váriosPrêmio Nobel visitaram o <strong>IMPA</strong>; no dia em que recebeu a notícia de que tinha ganhado o Prêmio,James Heckman estava na Fundação Getulio Vargas, e na véspera estivera no <strong>IMPA</strong> trabalhando comigo.Joseph Stiglitz e Kenneth Arrow fizeram palestras lá. Outros, que provavelmente têm chancesde receber o Prêmio, estiveram no <strong>IMPA</strong>, como Edward Prescott, Mas-Collel, David Gale. Isto semprefoi assim no <strong>IMPA</strong>, desde cedo. E os Colóquios sempre atraíram muitos grandes matemáticos. Mas tinhamtambém a função educacional, que quero enfatizar. O <strong>IMPA</strong> estimulava matemáticos brasileiros aescreverem livros, publicados pelo Projeto Euclides, invenção do Elon Lima: livros de Análise, ÁlgebraLinear, Probabilidade, que disseminavam o conhecimento matemático com grande sucesso.Professor da Fundação Getulio VargasEm 1982 o senhor se tornou professor da EPGE, a Escola de Pós-Graduação em Economia. Foi a convite de seudiretor, o prof. Mario Henrique Simonsen?Sim. O Simonsen era muito amigo do Lindolpho e do Elon e estimulou o pessoal do <strong>IMPA</strong> a ir daraula na Fundação; muito cedo ele me convidou para dar aulas de Teoria Econômica Avançada na EPGE.O Brasil era bastante carente em economia matemática — Simonsen era um dos poucos, foi talvez oprecursor nessa área, com livros-texto. O aluno típico da EPGE fazia tese de doutorado em assuntosmais aplicados, conectados com a economia, não em teoria. Por exemplo, Gustavo Loyola, Maria SílviaBastos Marques, Daniel Dantas, pessoas que depois vieram a ter proeminência na vida pública nacional,tinham uma interface bem mais aplicada. O Simonsen, pessoalmente, gostava de teoria, estudava, equeria alguém que desse uma aula avançada, para treinar os alunos com as técnicas mais recentes.Era um subsídio à formação, não necessariamente à pesquisa. Minhas turmas tinham poucos alunos,quatro ou cinco por ano, dos vinte e tantos que entravam para a pós-graduação, porque a maioria jáera treinada; muitos nem terminavam o mestrado e já se encaminhavam para o mercado financeiroou para o governo, para desempenhar funções importantíssimas. Boa parte não chegava a defendertese. A verdade é que isso não acontecia apenas na EPGE, a mais avançada de todas, em termos de11

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!