12.07.2015 Views

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

estar longe dos meus amigos de Buenos Aires. O meu doutorado no <strong>IMPA</strong> foi bem tranqüilo também.Tempos de grandes mudanças, é claro. E muito boas, por sinal. Para mim, o ambiente no <strong>IMPA</strong>, parafazer um doutorado, foi — e é assim até hoje — simplesmente perfeito. Por tudo, que nem consigo enumerar:o apoio econômico das bolsas de estudos, a fantástica biblioteca que tanto nos orgulha a todos, ocorpo docente, a camaradagem entre os alunos, as instalações, o ambiente acadêmico, os congressos, osvisitantes, as conversas com os colegas naquele quadro negro na sala de café. . . Mas, não somente pelaparte profissional, também pelas pessoas. Fiz muitas amizades e tive muitas alegrias. E não somentepelas pessoas dentro do <strong>IMPA</strong>, mas também pelo fantástico, pelo incrível povo desta cidade realmentemaravilhosa. Sinceramente, não consigo imaginar nenhum outro país melhor do que o Brasil para serestrangeiro. Nunca, em mais de 12 anos vivendo aqui, senti na pele qualquer tipo de discriminação.Nunca. Muito pelo contrário! O brasileiro comum, quando sabe que você é estrangeiro, se anima, quersaber, conhecer, falar, “tomar um chopp”. . . Que povo cálido e encantador! (Para não dizer que nãofazem piadinhas com os estrangeiros, tem aquela, um tanto infantil, que alguns brasileiros fazem comos argentinos, de que Pelé (quem?) era melhor do que Maradona; claro, o tom de que é tão somente umapiada ridícula é sempre delatado pela risadinha marota que vem depois da afirmação. Mesmo tendovisto argentinos discutirem sobre isso, nunca vi nenhum ficar zangado; embora tenha visto brasileiros,que não perceberam que era uma simples piada, ficarem realmente zangados com a afirmação). Eu,realmente, não sei como fui me tornar pesquisador do <strong>IMPA</strong>. Somente lembro de um pequeno fato curioso.Aconteceu poucos meses antes de acabar de escrever a minha tese, em meados de 1993. Eu estavavendo onde procuraria emprego. Queria muito ficar no Rio. A questão me preocupava bastante, poisnão era, nem é, muito simples para as universidades terem vaga para professor. Eu já havia pego o meudiploma da graduação, colocando nele os 17 selos, 11 carimbos e 13 assinaturas que a burocracia dosconcursos nas universidades brasileiras pede. Num desses dias, saí da minha sala no <strong>IMPA</strong> no terceiroandar, quando vi o diretor do <strong>IMPA</strong>, Jacob, andar pelo segundo andar em sentido contrário ao meu. Elenão me viu, mas eu, sem nenhum motivo e somente por impulso, dei meia volta, e fui ao encontro dele.Eu não tinha nada para dizer a ele. Tão somente fui ao seu encontro, como. . . se me devesse dinheiro.Nunca tinha feito isso nem com ele, nem com ninguém. Não costumo ter nem seguir esse tipo de impulso.Nos encontramos nas escadarias, e, depois de passar ao seu lado e cumprimentá-lo, me parou,e perguntou-me se gostaria de ficar no <strong>IMPA</strong> com uma bolsa de recém-doutor, bolsa que, pelo menosnaquela época, implicava uma “intenção de contratação definitiva se tudo se sair bem”. Claro, aceitei nahora. Embora desde fevereiro de 1994 eu esteja cumprindo no <strong>IMPA</strong> basicamente as mesmas atividades,devido fundamentalmente a um empecilho que tinha a constituição brasileira, e que já foi resolvido, estivecom bolsas durante 6 anos e somente fui contratado em janeiro de 2000. Há nove anos que sou,de fato, pesquisador no <strong>IMPA</strong>. Nele tenho encontrado um clima quase sempre cálido, e tenho me sentidonele como numa ilha tranqüila. Tenho encontrado nele colegas fantásticos para pesquisar, baterpapo, e até para cultivar grandes amizades. O conforto de suas instalações, a beleza quase invasora doseu entorno, a excelente disposição para trabalhar de seus funcionários — própria, na verdade, do povo287

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!