12.07.2015 Views

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

mas não o da matemática. Lá passei a conhecer, porque estavam presentes todos os matemáticos brasileirose alguns estrangeiros. Além disso, fiz alguns cursos muito bons, dados de maneira extremamentesintética, que me deram uma visão que eu não possuía. Foi aí que me inclinei mais fortemente paraa matemática. Esse Colóquio foi fundamental para a minha opção de carreira, talvez mais do que oscursos anteriores que eu tinha feito no <strong>IMPA</strong>. Deu uma visão humana do panorama da matemática.O <strong>IMPA</strong> era muito pequeno naquela época, ocupava apenas uma casinha na rua São Clemente; pareciaum clube de matemática. Em 1969 recebi nova bolsa do CNPq, esta de iniciação científica — tenhoenorme gratidão pelo CNPq por tudo que fez por minha vida profissional —, para eu poder participardos cursos do <strong>IMPA</strong> de uma maneira mais regular. Naquele tempo, o Instituto tinha essa política: osmelhores alunos que eles conseguiam para os cursos de iniciação científica eram incentivados atravésdessas bolsas.Na época, o prof. Elon Lages Lima dividia seu tempo entre o <strong>IMPA</strong> e a PUC?Isso mesmo. Ele foi convidado para ajudar a organizar o Departamento de Matemática da PUC e ficoulá cerca de um ano e meio ou dois. Deu um curso de um ano de Análise Matemática, e todos os alunosque o freqüentaram se tornaram matemáticos, e praticamente todos muito bem sucedidos. Só aí o prof.Elon teve um mérito enorme. Essa foi a primeira turma de matemática da PUC, e as pessoas aindalembram dela como sendo, talvez, a melhor até hoje. Além do prof. Elon, dois outros tiveram muitaimportância: João Cândido Portinari, do Departamento de Matemática da PUC, filho do pintor CândidoPortinari, tinha feito um doutorado ultra-rápido no MIT, voltou para ajudar a organizar o Departamentode Matemática e ensinou um bom tempo lá. Luís Adauto Medeiros, da UFRJ e do <strong>IMPA</strong> naquele tempo,conseguiu para mim a bolsa do CNPq — eu o homenageei recentemente, pelos seus 70 anos — e medisse várias coisas importantes. Uma delas foi que assistisse aos cursos que quisesse no <strong>IMPA</strong>, mesmoque achasse que não entendia nada, pois alguma coisa eu assimilaria e, portanto, acabaria aprendendo.E isso de fato aconteceu.O doutorado na Universidade de Nova YorkQuando o senhor ingressou no mestrado?Em 1970, embora só fosse terminar o bacharelado em julho daquele ano, porque tinha ficado faltandoum crédito, que fiz junto com o início do mestrado. Decidi fazer na PUC, porque no <strong>IMPA</strong> não existiamatemática aplicada de espécie alguma. Como eu estava interessado em matemática aplicada, tive essaoportunidade na PUC.O senhor é, portanto, a pessoa ideal para nos explicar essa tênue diferença entre matemática pura e aplicada.Tanto uma como outra apóiam-se em pesquisa; a natureza dos problemas resolvidos é que é diferente.Uma tem problemas completamente abstratos, normalmente enunciados por algum matemático com66

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!