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IMPA 50 Anos

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Hans Donner chegava com o storyboard de uma vinheta nova, por exemplo, a equipe de P&D participavajuntamente com o time de produção. Precisávamos saber, primeiro, se daria para realizar a vinhetacom o software existente, ou se teríamos que fazer um desenvolvimento adicional, para obter o efeito,a animação desejada. Portanto, tinha que haver uma integração muito forte entre os três times. Nessaépoca, a Computação Gráfica estava se iniciando como área de pesquisa, mesmo nos Estados Unidose na Europa. Para manter o alto grau de qualidade exigido pela Globo, tivemos que montar um verdadeirogrupo de pesquisa para absorver os novos desenvolvimentos da área. Diversos pesquisadoresdo mundo inteiro vinham conhecer nosso laboratório e os nossos programas. O resultado é que fiz umverdadeiro pós-doutorado na Globo; feito na prática, o melhor pós-doutorado que eu poderia desejar,porque vinha de um mundo muito abstrato, da matemática, e na Globo tive que instalar rede local, fazermanutenção do sistema Unix, que utilizávamos e que, naquela época, era novidade no Brasil. Comoera um grupo de tecnologia que estava quilômetros à frente da tecnologia no Brasil, tinha que ser autosuficiente.Foi um pós-doutorado excelente; além disso, trouxe à tona meu interesse pelas atividadesexecutivas e pelo mundo dos negócios.Por que o senhor deixou a Rede Globo?Quando tínhamos desenvolvido um sistema e produzimos a maioria das vinhetas da emissora, a Globoficou mais interessada em fazer produção, e reduziu os gastos com Pesquisa e Desenvolvimento. Estávamosatuando na fronteira do conhecimento, numa área que apenas engatinhava, não só no Brasil comonos Estados Unidos; parar de investir em P&D era suicídio. Entretanto, a Globo abriu uma empresa, aGlobograph, que foi ao mercado vender vinhetas para o mercado publicitário. Nesse ponto diminuiubastante aquele espírito de fazer pesquisa e desenvolver novas tecnologias para manter a Globo nafronteira do conhecimento de Computação Gráfica. Além disso, eu ainda tinha cabeça de pesquisador,e não tinha exercido atividades acadêmicas ligadas ao meu doutorado; tinha uma certa necessidade demostrar que tinha capacidade de desenvolver ciência de qualidade. Depois de quatro anos como chefedo Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, entre 1984 e 1988, considerei o desafio terminado ecomecei a querer curtir um pouco mais o meu doutorado. Principalmente porque eu tinha percebidotoda a Matemática envolvida na Computação Gráfica e que não estava sendo bem explorada na área.Ficar na Globo apenas fazendo produção para o mercado publicitário era pouco para mim. Decidi sair,apesar do bom salário. Conversei com a PUC do Rio e com a IBM — que, na época, mantinha um centrocientífico no Rio de Janeiro —, mas estava interessado no <strong>IMPA</strong>, porque lá não havia nada nessa área. Láeu poderia criar um grupo novo de pesquisa, juntando minha experiência de executivo na Globo comminhas idéias de como deveria ser um grupo de pesquisas em Computação Gráfica. Por essa razão,começar um projeto do zero era muito atraente, e fiz uma proposta ao Instituto. Apresentei um planoà diretoria, explicando o que era Computação Gráfica e sua importância — o diretor era o prof. ElonLages Lima. O plano foi levado ao CTC, o Conselho Técnico Científico do <strong>IMPA</strong>, onde foi aprovado.Saí da Globo, fui contratado, criei o laboratório de Computação Gráfica, chamado Laboratório Visgraf(Vision and Graphics Lab); criei e estruturei o mestrado, o doutorado e o pós-doutorado em Computação156

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