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IMPA 50 Anos

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Não houve nenhum tratamento especial de natureza política para o <strong>IMPA</strong>. Absolutamente. Tambémsofremos com a falta de liberdade. Por outro lado, como já comentei aqui, houve o envolvimento doBNDE e a criação de um Programa Nacional de Pós-Graduação para deslanchar uma nova fase dedesenvolvimento científico e tecnológico no país. E seus inspiradores, Pelúcio e Sucupira, transcenderama opressão daquele momento. Ao mesmo tempo, isso não quer dizer que não houvesse grandepreocupação quanto à falta de liberdade e os constrangimentos dela decorrentes. Outras áreas da ciênciasofreram mais do que a matemática, talvez porque o grupo de matemáticos fosse menor e menos engajadopoliticamente; a física brasileira certamente sofreu muito mais, merecendo de nossa parte muitorespeito. Houve momentos muito difíceis. Mas também muita dignidade de nossa parte.O senhor foi presidente da União Internacional de Matemática. Volta e meia devem surgir questões similares emoutros países, não?É verdade. O Congresso de 2002, por exemplo, foi realizado em agosto na China, e alguns colegasnos escreveram, a mim e ao Secretário da União, Phillip Griffiths, sobre violação de direitos humanosnaquele país. Transmitíamos as mensagens aos organizadores locais, reafirmávamos o compromissode que dariam visto e tratariam bem a todos os matemáticos. O princípio de liberdade de locomoçãode todo cientista bona fide é fundamental para nós e todas as Academias de Ciências e Uniões CientíficasInternacionais. Os chineses cumpriram o compromisso, e o Congresso transcorreu em clima de tranqüilidade.Assim, tivemos a participação de cerca de 4.<strong>50</strong>0 matemáticos no Congresso de Pequim, entre osquais algumas dezenas de pesquisadores do Brasil, inclusive um dos palestrantes convidados, EnriquePujals. Esses congressos ocorrem a cada quatro anos, e seguidamente pelo menos um matemático nacionaltem proferido uma das principais palestras. Este Congresso foi especial, por ser o primeiro emum país em desenvolvimento, e por contar em sua abertura com a presença do mais alto dignitário danação, o presidente Jiang Zemin.Ao longo da década de 70 e na virada dos anos 80, o <strong>IMPA</strong> realizou algumas reuniões memoráveis, culminandocom a da inauguração no novo prédio, já em 1981. Fale-nos um pouco da importância desses encontros.Realmente, a primeira conferência de grande porte que organizamos foi a de 1971, em Salvador, sobreSistemas Dinâmicos, em um sentido bem amplo. Em seguida, houve outra grande reunião em 1976,já na sede da Luís de Camões, da Escola Latino-Americana de Matemática (ELAM). Os temas foramGeometria Diferencial e Sistemas Dinâmicos, sempre com a idéia de abrangência das áreas, o que consideramosmuito importante. Foi realmente um tour de force fazer essa Escola na sede do <strong>IMPA</strong> na época.Ela resultou de uma sugestão do César para que reativássemos a ELAM que estava quase extinta. Foium grande sucesso e a ELAM renasceu com vigor inédito. A conferência da inauguração do prédio,em 1981, foi extraordinária. O tema principal foi Sistemas Dinâmicos, mas tivemos a presença de matemáticosde áreas diferentes, como Shiing-Shen Chern, grande geômetra de nossa época, orientador dedoutorado de Manfredo do Carmo; mais tarde outorgamos a ele, a René Thom, a Steve Smale, a Jürgen131

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